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Prova de fogo na Venezuela

O líder chavista promete prender o opositor, que não pretende se refugiar em outro país


postado em 03/03/2019 05:09

O recente encontro entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, deixa claro, mais uma vez, que o Brasil não tem a intervenção militar como solução para os graves problemas enfrentados pelo povo venezuelano, governado pelo ditador bolivariano Nicolás Maduro. Realmente, a via diplomática, dentro da mais cara tradição do Itamaraty, é que poderá dar um basta aos desmandos do regime chavista, que hoje se apoia única e exclusivamente no poder das Forças Armadas e nas milícias armadas conhecidas como coletivos, responsáveis por inúmeras mortes de oposicionistas ao chavismo durante as manifestações contrárias ao Palácio de Miraflores, sede do governo local.

Não se deve apostar numa opção pelas armas no país vizinho, o que poderia desencadear mais insegurança e violência para o povo venezuelano, que já vem sofrendo com a falência dos serviços essenciais e com o desabastecimento quase total em todos os setores. A intervenção militar aventada por autoridades dos Estados Unidos, caso Maduro insista em permanecer à frente do governo, deve ser descartada por todos os que buscam o equacionamento permanente e duradouro do gigantesco problema enfrentado pela nação dona de uma das maiores reservas de petróleo do mundo.

Em seu giro por países da América do Sul para angariar apoio, o líder oposicionista vem insistindo em que a solução para a crise venezuelana é a convocação de eleições livres fiscalizadas por organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA). Maduro foi eleito presidente para um segundo mandato em eleições consideradas fraudulentas. Guaidó já esteve na Colômbia e no Paraguai em seus esforços para pressionar o regime chavista e encontrou-se, em Brasília, com representante dos Estados Unidos para Assuntos do Hemisfério Ocidental.

Depois de se reunir com Guaidó, o presidente Bolsonaro disse estar disposto a ajudá-lo a restabelecer a democracia, inclusive financeiramente, mas através de ações dentro da legalidade e das tradições da diplomacia brasileira, num claro sinal de que não está nos planos do Palácio do Planalto trabalhar para a viabilização de uma intervenção militar. Mesma postura adotada pela comunidade internacional, que insiste na proposta de eleições livres na Venezuela – pelo menos 50 países já emprestaram apoio ao autoproclamado presidente interino e não reconhecem a ditadura bolivariana.

O próprio Guaidó lembrou que a oposição vem tentando negociar com Maduro, há cinco anos, para a realização de eleições livres. E que o ditador permanece intransigente para encontrar uma alternativa para a crise. Em Brasília, chegou a acenar ao líder chavista na tentativa de facilitar a transição democrática em seu país, ao garantir que Maduro está incluído na oferta de anistia feita pelo Parlamento aos civis e militares que facilitarem a transição.

A prova de fogo na disputa entre as forças democráticas e o regime bolivariano pode acontecer amanhã, com o planejado retorno de Guaidó à Venezuela. O líder chavista promete prender o opositor, que não pretende se refugiar em outro país. Se o autoproclamado presidente for preso, haverá uma forte reação da comunidade internacional e a opção por uma intervenção militar pode voltar à tona, principalmente depois de declarações de autoridades dos EUA de que este seria o último erro de Maduro. Portanto, está nas mãos do governo venezuelano a decisão de colocar lenha na crise ou atuar como bombeiro e mostrar ao mundo que a via do diálogo é a mais sensata.

 

 


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