cartas:
TRAGÉDIA
Estão de brincadeira,
não podem estar falando sério
Silvio Natal
São Paulo
"O rompimento de uma barragem da mineradora Vale, na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho-MG, com vazamento de cerca de 12,7 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos, é o mais recente exemplo de irresponsabilidade ambiental dessa empresa. Ocorrido três anos e dois meses após o megadesastre que teve palco no município de Mariana, região vizinha, em Minas Gerais, quando 50 milhões de m³ de rejeitos minerais vazaram, deixando um rastro absurdo de mortes, destruição e contaminação do solo, na maior catástrofe ambiental de que se tem notícia no país. As dimensões dos dois episódios são, felizmente, desiguais: 50 milhões de m³ de Mariana versus 12,7 milhões de m³ de Brumadinho, mas a semelhança do sinistro de agora com a tragédia de três anos atrás é evidente. A começar pelo envolvimento da Vale em ambas as calamidades num curtíssimo lapso temporal. A impressão que fica é de que por falta de punição à altura do 'feito', a Vale não aprendeu lição alguma e segue dando de ombros, flertando com o perigo. É, simplesmente, inadmissível que uma barragem de rejeitos de mineração se rompa sem, antes, ter dado eloquentes 'sinais' aos sistemas de monitoramento. E isso só acontece porque o poder público, aparentemente, tolera a negligência da empresa, 'blue chip' na bolsa brasileira, com seus ADRs (ações) na Bolsa de Nova York. Por que não fiscaliza aplicando os devidos 'corretivos', e deixa tudo ao 'deus-dará'? É num contexto assim, pleno de irresponsabilidade, empresarial e governamental, que se ouvem, agora, planos do Ministério das Minas e Energia para construção de mais oito usinas nucleares no Brasil, país em que abundam sol e ventos.
BARRAGENS
Revolta a respeito
das fiscalizações
Julio Jose de Melo
Sete Lagoas – MG
"Em 2015, Mariana foi palco de mais um desastre ambiental em nosso país. Vidas ceifadas, meio ambiente danificado e as indenizações minguadas caminham a passos lentos. Agora, há um desastre maior em perdas de vidas e, pelo visto, nada mudará. Logo após o desastre de Mariana, Dilma editou medida provisória na qual caracterizava o rompimento como desastre ambiental, e não crime ambiental, favorecendo as empresas de possíveis multas. A Samarco foi multada em R$ 20 bilhões em Mariana, mas o governo perdoou, também. Logo depois, um deputado mineiro, João Vítor Xavier, tentou mudar a legislação criando cuidados maiores em relação às barragens.
Internet
. POLICIAL MILITAR FALA SOBRE RESGATE DE MULHER EM BRUMADINHO
“Profissionalismo e amor ao próximo.
. Fernando
“Bombeiros, como sempre, agindo em prol da vida, mesmo que isso custe a própria vida. Infelizmente, o que ocorreu em Brumadinho não deu chances a quase ninguém de sobreviver e caminha para ser o maior desastre por barragens do Brasil e, de repente, no mundo. Que Deus conforte familiares e amigos.”
. Ivam Henriques
FALTAM FISCALIZAÇÃO E PUNIÇÃO PARA AS EMPRESAS NO BRASIL
“Falta fiscalização sobre os fiscais corruptos, fiscais no Brasil só fazem usar as leis para chantagear empresários. A corrupção está no sangue do brasileiro e a legislação arcaica é a grande aliada!”
. Alisson Silva
“Quem vai fiscalizar a Copasa, que tira água desse rio contaminado? A própria população não pode confiar nos agentes fiscalizadores do governo.
. Edson Fernandes
“Quero ver o Estado punido, pago pra ver! Um burocrata que seja, um secretário “disso e daquilo”, um juiz, um promotor, um parlamentar que seja!”
. Wendel Amorim
‘PARECIA TUDO PERDIDO’, DIZ TRABALHADOR NA CAMINHONETE ATINGIDA POR TSUNAMI DE LAMA
“Que bom. Achei que ele tivesse morrido na tragédia. Obrigada, Deus, pela vida desse moço.”
. Barbara Borges
“Inacreditável. Pensei que a caminhonete tivesse sido engolida pela lama. Sorte demais!”
. Patrick Monteiro
“Se as sirenes de alerta tivessem funcionado, muitas pessoas se salvariam.”
. Cleber Camargo Montes
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