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Erraram com Temer. Tentam com Bolsonaro

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Insistem, se repetem, se rebaixam, gastam tempo e dinheiro na busca de tudo e qualquer coisa, qualquer fato, qualquer indício, que envolva ou possa prejudicar o governo, o presidente, sua família, seus ministros, seus amigos.
Nunca, na história republicana, aconteceu algo parecido. Fazia-se campanha contra candidatos que surgiam com possibilidade de ganhar a eleição. Mas contida, agressiva sim, mas sem os exageros persecutórios, sem a mobilização de batalhões de pesquisadores analisando a vida do perseguido desde os seus tempos de ginasial, do primeiro emprego, do primeiro namoro.
Fazia-se oposição se o perseguido era eleito e assumia o poder. No entanto, dentro dos limites parlamentares e constitucionais. E, raramente, algum órgão de imprensa, nem mesmo a Tribuna do valente e brilhante Carlos Lacerda, nem os jornais comandados por Brizola e seus seguidores desrespeitaram a ética. O que está acontecendo hoje, no Brasil, além de estarrecer os que acompanham as diatribes, causa revolta nos de bom senso.


Basta observar o que publicam as redes sociais, hoje a mais influente formadora de opinião. Noventa e nove por cento dos registros condenam a campanha que os órfãos do lulismo, dilmismo, petismo, esquerdismo promovem contra Bolsonaro, sua equipe, seu programa, suas primeiras medidas. É válido, todos reconhecem, o direito de contestar, de manifestar opinião e entendimento contrários aos atos, programas, realizações e convições dos que têm o poder de decidir os rumos do país, dos estados, dos municípios.

Mas em termos. O que não está acontecendo.


É preciso entender que a democracia acolhe o contraditório. Mas não pode permitir que os que divergem extrapolem os limites do direito de contestar, de exigir explicações e justificativas dos considerados adversários. Que, como seres humanos, podem e devem cometer erros e equívocos.


Vale recordar que outros presidentes, outros governantes, já sofreram campanhas desabridas, acusações injustas, embora sem a formatação, diria impiedosa, insana, que se fez contra Michel Temer, por exemplo. Como o elegante e culto vice que asssumiu o lugar da titular, Dilma Rousseff, afastada do cargo via impeachment. Ele apanhou o tempo todo, reagindo com sorrisos e boa educação à falta dela da parte dos inconformados petistas, esquerdistas, dos que ficaram na orfandade de prestígio e de verbas que obtinham de um governo, a palavra não pode ser outra, irresponsável, inepto, dominado pelos ideólogos alienados e corruptos desavergonhados.


Uma noite ficou marcada naquela época do "fora Temer", custe o que custar. Foi quando um dos integrantes da bancada de comentaristas de uma rede de televisão – a que não queria conformar-se com a posse do vice, quase tanto quanto é hoje contrária ao presidente eleito com milhões de votos – anunciou, ao final de sua "análise" da situação política conflagrada, sério e melodramático: "O presidente Michel Temer deverá renunciar nas próximas horas.

Se não o fizer, será deposto até o final da semana".


Jornalista, colunista político de um jornal carioca, de aparência séria e confiável, fez aquele prognóstico sombrio, que abalou os que ainda acompanhavam o seu programa noturno, seu e de outros companheiros, um programa de boa audiência na época. Mas nada aconteceu. Temer não renunciou, não foi deposto, governou até o seu mandato findar, em dia 31 de dezembro último.


Digo e repito, sempre: Temer governou buscando acertar e retirar o país da crise que herdou dos governos anteriores – FHC, Lula, Dilma. Conseguiu alguns êxitos, com a ajuda de seu ministro Henrique Meirelles. Praticamente acabou com a inflação, reduziu o desemprego, melhorou o PIB. Êxitos que todos confirmam, mas raros enaltecem. Êxitos que só não foram maiores por culpa de maus conselheiros e falsos amigos, os que impediram, na Câmara dos Deputados, a tramitação e aprovação do projeto de reforma da Previdência, o mais importante para o país e para seus planos na Presidência.


Os mesmos, e muitos outros mais, repetem, agora com maior estardalhaço, com Bolsonaro o que tentaram fazer com Michel Temer.

Não vão ter sucesso, espero e acredito. Embora, até agora, machucados e desmoralizados pelo prognóstico falho de março de 2016 – parece ter sido essa a data - não tenham tido a ousadia de anunciar a renúncia ou deposição do presidente que os brasileiros elegeram com tanta esperança e entusiasmo e que eles tanto temem – sabe-se lá o motivo – e odeiam.


Perseguem – há exceções elogiáveis – até em Davos, na Suíça. Criticam o discurso do presidente do Brasil na abertura do Fórum Econômico Mundial. "Não deu detalhes de seu programa." "Perdeu a oportunidade de abrir o seu programa de governo para os líderes mundiais da área econômica." É o que dizem e os jornais publicam. Já em Davos, os tais líderes e jornalistas estrangeiros elogiam: "Foi objetivo. Soube resumir o que pretende fazer. Tranquilizou e transmitiu esperança e confiança." Bolsonaro, e quem o ajudou a preparar seu pronunciamento, merecem elogios. Como detalhar, ali, e não no Brasil, o que sua equipe ainda está preparando? Os críticos teriam preferido um discurso nos moldes arrebatados, demagógicos, exuberantes em oratória e gesticulação, no estilo vazio de alguns governantes latino-americanos?

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