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A ho­ra do tu­ris­mo


postado em 12/01/2019 05:04

O prin­ci­pal obs­tá­cu­lo pa­ra de­sen­vol­vi­men­to do tu­ris­mo no país sem­pre foi a fal­ta de von­ta­de política. De acor­do com o úl­ti­mo es­tu­do de com­pe­ti­ti­vi­da­de do tu­ris­mo do Fó­rum Eco­nô­mi­co Mun­di­al, num ranking com 136 paí­ses, o Bra­sil apa­re­ce na 126ª co­lo­ca­ção no que­si­to pri­o­ri­za­ção do se­tor de vi­a­gens na agen­da es­tra­té­gi­ca do governo. Exis­te uma una­ni­mi­da­de so­bre o po­ten­ci­al tu­rís­ti­co do país, mas nun­ca hou­ve um es­for­ço con­cen­tra­do pa­ra trans­for­mar os nos­sos atra­ti­vos na­tu­rais, cul­tu­rais e a tão anun­ci­a­da hos­pi­ta­li­da­de bra­si­lei­ra em em­pre­go e renda. A ma­nu­ten­ção do Mi­nis­té­rio do Tu­ris­mo co­mo pas­ta ex­clu­si­va pe­lo pre­si­den­te Ja­ir Bol­so­na­ro num con­tex­to de en­xu­ga­men­to do go­ver­no é um in­di­ca­ti­vo cla­ro de que o ce­ná­rio mudou. O se­tor de vi­a­gens, que foi res­pon­sá­vel por um em ca­da cin­co em­pre­gos ge­ra­dos no mun­do na úl­ti­ma dé­ca­da, en­fim se­rá pri­o­ri­da­de pa­ra o governo.

To­do o pla­no de tra­ba­lho se­rá cal­ca­do em três pi­la­res fundamentais. O pri­mei­ro de­les é o fo­men­to ao tu­ris­mo do­més­ti­co, por meio da re­du­ção do cus­to Bra­sil e do res­ga­te do patriotismo. É pre­ci­so des­per­tar no bra­si­lei­ro o de­se­jo de co­nhe­cer o seu país pri­mei­ro an­tes de ir pa­ra fo­ra e o go­ver­no tem a mis­são de cri­ar con­di­çõ­es pa­ra trans­for­mar es­se de­se­jo em realidade. Não é pos­sí­vel uma pas­sa­gem de avi­ão pa­ra o ex­te­ri­or ser mais ba­ra­ta que pa­ra os des­ti­nos nacionais. A di­mi­nui­ção do cus­to ope­ra­ci­o­nal, a am­pli­a­ção da co­nec­ti­vi­da­de aé­rea e a re­a­ti­va­ção de mais de 100 ae­ro­por­tos re­gi­o­nais que es­tão fe­cha­dos atu­al­men­te são urgentes. Nes­se sen­ti­do, al­gu­mas me­di­das cru­ci­ais es­tão em tra­mi­ta­ção no Con­gres­so Nacional. Ca­so da aber­tu­ra to­tal das em­pre­sas ao ca­pi­tal es­tran­gei­ro e a cri­a­ção de um te­to de 12% pa­ra o ICMS que in­ci­de so­bre o com­bus­tí­vel da aviação.

O se­gun­do pi­lar é a atra­ção de tu­ris­tas in­ter­na­ci­o­nais com a trans­for­ma­ção da Em­bra­tur em agên­cia e a mo­der­ni­za­ção da pro­mo­ção do Bra­sil no exterior. Atu­al­men­te, mais de 1,3 bi­lhão de pes­so­as vi­a­jam pe­lo mun­do; en­tre­tan­to, re­ce­be­mos me­nos de 0,5% des­se total. Num mer­ca­do al­ta­men­te com­pe­ti­ti­vo, ca­da con­su­mi­dor é ex­tre­ma­men­te dis­pu­ta­do pe­los prin­ci­pais des­ti­nos do mundo. En­quan­to os vi­zi­nhos Mé­xi­co, Co­lôm­bia e Equa­dor in­ves­tem res­pec­ti­va­men­te US$ 490 mi­lhõ­es, US$ 100 mi­lhõ­es e US$ 90 mi­lhõ­es por ano, o Bra­sil des­ti­na ape­nas US$ 17 mi­lhõ­es pa­ra a mes­ma finalidade. A trans­for­ma­ção da Em­bra­tur em agên­cia, sem cri­ar mais cus­tos pa­ra o go­ver­no, per­mi­ti­rá o for­ta­le­ci­men­to da di­vul­ga­ção do Bra­sil no mun­do por meio, en­tre ou­tras al­ter­na­ti­vas, de par­ce­ria com a ini­ci­a­ti­va privada.

O ter­cei­ro pi­lar é a atra­ção de in­ves­ti­men­tos e o es­tí­mu­lo ao em­pre­en­de­do­ris­mo com a des­bu­ro­cra­ti­za­ção do país e a cri­a­ção de áre­as es­pe­ci­ais de in­te­res­se turístico. O mo­de­lo que me­lhor re­tra­ta o pro­je­to é Cancun. Com pou­co mais de 20 qui­lô­me­tros de praia, a pe­nín­su­la me­xi­ca­na in­je­ta anu­al­men­te mais US$ 12 bi­lhõ­es na eco­no­mia do país, mais que o do­bro que to­do o Bra­sil, com mais de 7 mil qui­lô­me­tros de prai­as, fa­tu­ra com tu­ris­mo internacional. Há me­nos de 50 anos, Can­cun se re­su­mia a um imen­so pântano. Com a cri­a­ção de uma po­lí­ti­ca cla­ra com in­cen­ti­vos tri­bu­tá­ri­os e eco­nô­mi­cos ro­bus­tos pa­ra os in­ves­ti­do­res, gran­des re­sorts se ins­ta­la­ram no lo­cal e trans­for­ma­ram o des­ti­no em um ca­so de su­ces­so a ser es­tu­da­do e replicado.

Um item trans­ver­sal que per­pas­sa e in­flu­en­cia to­da a es­tra­té­gia é o au­men­to da se­gu­ran­ça pú­bli­ca, te­ma cen­tral na agen­da do governo. Ao co­lo­car o se­tor co­mo pri­o­ri­da­de e ata­car, de for­ma di­re­ta e ob­je­ti­va, gar­ga­los his­tó­ri­cos, o po­ten­ci­al tem tu­do pa­ra vi­rar realidade. A ho­ra do tu­ris­mo chegou.


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