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Editorial: pacificação deve sair do discurso e se tornar prática de Bolsonaro

Há uma ânsia enorme por um país mais justo socialmente, com mais emprego e melhor distribuição de renda


postado em 02/01/2019 05:05 / atualizado em 02/01/2019 08:03

No discurso diante do público, Bolsonaro ainda vestia a fantasia de candidato(foto: Evaristo Sá/ AFP)
No discurso diante do público, Bolsonaro ainda vestia a fantasia de candidato (foto: Evaristo Sá/ AFP)

A era Bolsonaro começou ontem com um apelo pela união do país. Num discurso curto, mas incisivo, ao tomar posse no Congresso, disse que será o presidente com a missão de reunificar o país, construindo uma sociedade sem discriminação. Ressaltou que os Três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – precisam se unir em benefício do país. Nada mais natural diante da divisão que se viu no Brasil durante as eleições, cujas feridas continuam expostas.

É preciso, porém, que os apelos para esse processo de conciliação saim do discurso e se tornem prática. Bolsonaro tem a exata noção do tamanho dos desafios que terá pela frente, mas ainda está vestindo a fantasia de candidato. Tanto que, diante do público que o aplaudia euforicamente, pegou a bandeira do Brasil e afirmou que o símbolo do país jamais seria vermelho. Uma declaração que em nada combina com alguém que prega a paz.

Bolsonaro sentirá, a partir de agora, o peso da caneta Bic com que assinou o termo de posse. Na nova fase que começou ontem, como ele mesmo destacou, as responsabilidades com quase 210 milhões de brasileiros são imensas. Há uma ânsia enorme por um país mais justo socialmente, com mais emprego e melhor distribuição de renda. Superar as mazelas que afligem a todos exige pragmatismo, mas, sobretudo, a grandeza de um líder capaz de aglutinar apoios.

Foi extremamente importante o presidente, em seu primeiro discurso, chamar o Congresso à sua responsabilidade. A maior parte das medidas imediatas que o país precisa adotar para voltar aos eixos e resgatar o crescimento econômico passa pelos plenários da Câmara e do Senado. Sem a harmonia do Palácio do Planalto com o Legislativo, toda a agenda de reformas – a mais polêmica delas, a da Previdência – será bloqueada, empurrando o Brasil para o limbo.

Não é hora de miudezas. O Brasil necessita caminhar a passos largos. Sem a recuperação econômica, depois de quatro anos de tormenta, 12,2 milhões de desempregados, corrupção desenfreada, violência destruindo famílias, dificilmente Bolsonaro conseguirá manter o apoio popular que o levou a ocupar o cargo mais alto da República. Felizmente, o presidente se cercou de um grupo técnico competente, com uma visão clara dos problemas que devem ser enfrentados.

O que não pode é a política e a ideologia atropelarem uma agenda que vem sendo adiada há tempos por governos que optaram pelo caminho mais fácil, o do populismo. O Brasil já sofreu demais com isso. Bolsonaro, inclusive, reconhece que a irresponsabilidade que imperou no país resultou numa crise tripla – política, econômica e ética –, cujas consequências ainda se fazem presente. Que, então, ele seja o primeiro a evitar as armadilhas do poder.

 


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