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Inteligência artificial e humanismo

A espiritualidade pode ser ferramenta na convivência com a tecnologia


postado em 30/12/2018 05:03

Já bem antes da virada do século passado, sociólogos, religiosos e até pessoas comuns passaram a questionar os valores da tecnologia que crescia exponencialmente e interferia “negativamente” na educação e costumes. Realmente, à primeira vista, a tecnologia não combina com nosso espírito, com nossa alma. Parece-me que esse sentimento vem das velocidades diferentes que cada um “viaja” no nosso tempo. A informática, que é o símbolo do desenvolvimento tecnológico, apresenta inovações, com espaços de tempo cada vez menores, enquanto nosso espírito para modificar-se, substancialmente, leva muitas vezes décadas e, lamentavelmente, muitas pessoas passam pela vida toda sem apresentar progresso espiritual relevante. Para uns, o avanço tecnológico afasta as pessoas da convivência, das relações de afeto. Para outros, representa a segurança, a facilidade, o conforto. Melhor vê-los então equilibradamente, também porque é perda de tempo imaginar que se possa deter a ciência e, como a técnica é a aplicação dela, não há também como frear a tecnologia. O que não podemos é nos entusiasmar ao ponto de achar que um computador de última geração é mais “inteligente” que as coisas da natureza. Basta vermos, com encantamento, uma minúscula formiga possuir engrenagens e articulações para movimentar-se. O telescópio Hubble fotografar uma galáxia a 60 milhões de anos-luz de distância e o homem mandar sonda a Marte seriam mais intrigantes que a formiguinha?

Se já havia uma grande apreensão, a vedete do século 21 é a inteligência artificial, que preocupa ainda mais os humanistas. O escritor judeu Yuval N. Harari, PhD em história pela Universidade Oxford e autor dos best-sellers Sapiens e Homodeus, colocou mais dúvidas e indagações para onde está caminhando a inteligência artificial. Ele sugere que, num futuro próximo, cerca de 10 anos, muitas profissões como corretor de imóveis, contadores e outras irão desaparecer, porque os robôs se encarregarão delas. Vai além ao imaginar que num futuro um pouco mais distante, talvez daqui a 40 ou 50 anos, os robôs, em determinadas situações, poderão até dominar os humanos. Penso, com as minhas limitações, que é difícil acontecer porque o homem é dotado de consciência, e ela será sempre superior aos algoritmos das máquinas.

É oportuno relembrar que a sabedoria milenar chinesa ao estudar os opostos, denominados Yin e Yang, defende que tudo na vida tem vantagem e desvantagem: quando ganhamos de um lado, certamente iremos perder do outro. O crescimento espiritual ou ascese é que vai nos ajudar a entender e ver cada lado das coisas. A espiritualidade pode ser ferramenta para não tornarmos mecanicistas na convivência com a tecnologia. A colisão com nossa espiritualidade é inevitável se não aceitarmos o mundo tal qual ele é, com pluralidade, avanços, mas também com todas as limitações que a vida nos impõe. Em contraposição à supervalorização tecnológica, a filosofia e a religião têm um papel importante na formação humanística, sobretudo, dos jovens que são mais carentes de valores. Bernard Shaw tem um sábio conselho sobre o tema: “Os racionais adaptam-se ao mundo, os irracionais só a si mesmos”.

 

 


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