Dentro de duas semanas, Jair Bolsonaro tomará posse como presidente da República. A expectativa em relação ao futuro governo é enorme, sobretudo diante dos desafios que o país tem pela frente. Depois de dois anos de profunda recessão, apareceram, finalmente, os primeiros e consistentes sinais de recuperação da atividade econômica. Mas, para que o Brasil entre, definitivamente, na rota do crescimento, será preciso tocar uma ampla frente de reformas. Não haverá espaço para o populismo.
A boa notícia é que, a despeito de todas as controvérsias com o Legislativo, no qual atuou por 28 anos, Bolsonaro parece dispor de uma base sólida para levar adiante as mudanças que o país tanto necessita. Estima-se que a base do presidente eleito no Congresso, a partir de 1º de fevereiro de 2019, será de 255 parlamentares, podendo chegar a 372 conforme levantamento do Estado de Minas. Esse número é maior do que o observado nos inícios dos governos Collor, em 1990, e Lula, em 2002.
As reformas são vitais para tirar o país do atraso. Há um mundo a ser desbravado, mas o Brasil está preso pelas amarras do corporativismo, dos interesses de grupos específicos, da falta de visão de uma leva de políticos e da inatividade de governos anteriores.
A pauta de mudanças deve incluir, ainda, os projetos que estão parados no Congresso e que podem levar a uma forte redução dos juros bancários. Por desconhecimento e, em alguns casos, por má-fé, propostas como o cadastro positivo não andam. Com isso, os bons pagadores, que poderiam se aproveitar de taxas menores no crédito, acabam sendo punidos e arcando com encargos inaceitáveis. Juros que passam dos 300% do ano, o que não se vê em nenhuma parte do mundo civilizado.
Os bancos, que são apontados com vilões dos juros altos, admitem que o quadro vigente até agora é insustentável. E resolveram entrar na batalha para diminuir o custo do dinheiro. Tomara que essa disposição não seja para inglês ver.
Os tempos atuais exigem o compromisso de todos, sem distinção. A retomada do crescimento econômico não deve ser embalada por visões ideológicas nem pela manutenção de interesses específicos. Todos devem abrir mão de privilégios em favor de um bem maior, o desenvolvimento do Brasil. Isso é o que realmente importa..