Um dos grandes desafios das corporações no mundo contemporâneo é romper a esfera discursiva e pautar a temática da diversidade e da inclusão em sua agenda estratégica. Ações nesse sentido podem demandar mudanças culturais profundas, o que nem sempre é um processo trivial. Por que, então, é fundamental investir na gestão inclusiva, valorizando a diversidade e o respeito às relações humanas no ambiente de trabalho? Os argumentos e justificativas vão muito além do ímpeto de justiça social e fogem, também, dos riscos superficiais que rondam os clichês do "politicamente correto". Inclusão e diversidade são ferramentas que trazem vantagens competitivas. Ou seja, rendem dividendos.
Um ambiente produtivo formado por equipes diversas, pautado no respeito e na equidade, gera valores mensuráveis para as companhias. E isso se reflete nos indicadores de inovação, segurança, rentabilidade, retenção de talentos e outros. Reconhecer e valorizar as diferenças deixou de ser uma escolha e passou a ser uma premissa da gestão eficiente.
Pesquisa internacional da Mckinsey (2017) mostra que as empresas no quartil superior para diversidade de gênero em suas equipes executivas são 21% mais propensas a ter lucratividade acima da média do que aquelas no quartil inferior. Com relação à diversidade étnica e cultural, os dados indicam 35% de probabilidade de performance superior na margem Ebitda do que as companhias com baixa adesão a esses valores.
A inovação é um dos indicadores mais evidentes nas pesquisas.
Com esses fundamentos, que consideram o respeito às pessoas como um valor da companhia, a Anglo American lançou o programa Everyone, implantado em todos os países onde a empresa atua. Para o grupo, diversidade é reconhecer a singularidade de cada indivíduo– seus pensamentos, crenças, contribuições e perspectivas. A ideia é que a inclusão é uma escolha que resulta em um ambiente de trabalho seguro e positivo, onde cada indivíduo é valorizado pelas suas características e tem condições de desenvolver seu potencial.
Para a construção dessa realidade, a Anglo American no Brasil transforma discurso em ações que já começaram a definir sua agenda estratégica. Este ano, realizou o EveryoneDay. Presidente, diretores, equipes completas em todas as unidades, com a facilitação dos mais renomados consultores das áreas relacionados aos temas, refletiram e debateram, de maneira intensa, questões de gênero, orientação sexual, raça, etnia e deficiência. Contaram, ainda, com depoimentos de funcionários homossexuais, mulheres, negros e pessoas com deficiência, que compartilharam suas vivências e desafios no ambiente corporativo.
Paralelamente, foram iniciados grupos focais para discussão de temas relacionados à equidade de gênero nas diversas unidades da empresa no Brasil. Cerca de 200 mulheres estão envolvidas nessas discussões que, agora, também envolvem os homens da organização.
Nesse cenário, já entramos na lista das companhias que poderão mensurar os benefícios da diversidade e da inclusão em seus resultados operacionais. Mas, claro, ainda há muito por fazer no ambiente corporativo. Afinal, a sociedade é dinâmica e se torna cada vez mais rica quando reconhece na diversidade e na equidade valores que são direito de todos. Estamos só começando..