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O desafio da educação


postado em 25/11/2018 05:06

A expectativa para a indicação do ministro da Educação não se deve ao acaso nem a caprichos. A pasta é crucial para o avanço ou o atraso do país. Dela depende tirar a escola do século 19 e introduzi-la no século 21. A opção correta formará cidadãos aptos a competir no mundo globalizado, com o desenvolvimento de competências contemporâneas. Ricardo Vélez Rodríguez tem desafios inadiáveis a enfrentar.

Na era digital, em que a inovação é a ordem, nossa educação continua analógica, voltada para as urgências da Revolução industrial. Preparavam-se, à época, operários para a linha de montagem. Quanto mais iguais, melhor. Ocorre que a fila andou. As crianças de hoje nascem digitais. Mas a escola manteve-se no passado. Com a informação na palma da mão e as bibliotecas do planeta no Kindle, ninguém precisa do blá-blá-blá de pseudo-Googles para saber que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, que Michelangelo esculpiu Davi, que Bethoven compôs a Quinta sinfonia.

Precisa, sim, aprender como encontrar a resposta do que procura e discriminar a mais adequada às suas necessidades. Com a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que implicará mudanças na formação de professores, no conteúdo dos livros didáticos e nas avaliações, o Brasil tem a oportunidade ímpar de dar a virada – tirar os olhos do retrovisor e olhar para a frente. O que vê? Uma economia uberizada, que eliminará centenas de negócios e milhões de empregos. Já é realidade metrô sem condutor, carro sem motorista, avião sem piloto, banco sem bancário, arquivo sem arquivista.

Que homem preparar para um mundo em que os limites se derretem? Um fato é indiscutível. A pessoa precisa ser capaz de ler e entender o que lê. A lei determina que, ao concluir o 2º ano, a alfabetização tem de ser etapa vencida. Eis o xis do problema. A Provinha Brasil, que testa a habilidade de leitura e escrita no 2º ano, mostra dados preocupantes: a quarta parte das crianças permanece analfabeta depois do tempo estipulado.

Das restantes, muitas apresentam falhas graves que lhes dificultarão o acompanhamento das demais séries. A conta vai sendo cobrada ao longo da vida escolar. A moeda: desestímulo, desinteresse, indisciplina, repetência, evasão. Não por acaso, 1,7 milhão de jovens compõem a geração nem-nem (nem estuda nem trabalha) e apenas 16% dos moços frequentam a universidade. Nada menos de 84% se perderam no percurso.

Uma das chaves da questão é o docente. Ser professor não é idealismo. É profissão. Exige um plano de carreira sedutor, que atraia os cérebros que hoje fogem para outras carreiras ou se refugiam no serviço público. Os melhores precisam entrar no magistério por opção, não por exclusão. Metas claras, cobrança rigorosa e premiação do mérito formam tripé inseparável.

Não só. Escolas com procedimentos improvisados – depósito de gente e cemitério de esperança – são parâmetros da mediocridade. Só com uma escola acolhedora e de qualidade, jovens deixarão de engrossar as estatísticas da população carcerária. Ocuparão lugar de destaque em vez de celas desumanas, superlotadas e sem saída. Com a palavra, Vélez Rodríguez.


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