Fazer sempre o bem. E fazer bem o que se faz. São esses os princípios éticos que devem orientar a vida de todos, para que floresçam as potencialidades sociais, políticas e culturais da sociedade. A simplicidade desses princípios tem força para operar transformações e recompor a moralidade no tecido cultural, pois a cultura desprovida de moralidade conduz a sociedade rumo a fracassos. Acirra disputas predatórias, acentua o desrespeito às instituições. Produz destruição pelas ações dos que se consideram "os donos da verdade". Reconhecer o bem como princípio ético permite a cada indivíduo avaliar, prioritariamente, a própria interioridade, em vez, de, sempre, julgar o outro. Estar atento ao próprio interior é dinâmica educativa indispensável.
Fazer bem e promover o bem são atitudes que dependem do cuidado com a dimensão interior, conquistando clareza de consciência. É preciso reconhecer o papel que se tem no mundo.
E é, especialmente, nas redes sociais que hoje se evidencia a necessidade de se cultivar o bem como princípio ético capaz de orientar todas as atitudes. O ambiente digital abre novas e bem-vindas possibilidades de interação, mas, ao mesmo tempo, torna-se verdadeiro "campo de batalha". As recorrentes agressões, cada vez mais presentes na internet, obscurecem o caminho da verdade, inviabilizando o bem. Com frequência, indivíduos assumem falsa autoridade, apresentam-se como detentores da verdade, e sentem-se no direito de proferir vereditos. Porém, por ser incapazes de fazer distinções, promovem uma mistura que coloca, no mesmo quadrado, "ovelhas, bois e carneiros", como se diz proverbialmente.
Há um agravante a ser considerado: para muitas pessoas, falta formação humanística, ética e espiritual.
O horizonte pluralista do contexto contemporâneo permite à humanidade reconhecer e apontar para tudo, mas, ao mesmo tempo, não se comprometer com nada. Uma situação que precisa ser superada, pois o princípio ético alicerçado no bem convoca cada pessoa a tornar-se força transformadora que modela nova cultura. Essa cultura renovada, urgente, está exatamente na contramão de escolhas bizarras que assombram a sociedade e deterioram boas práticas. Passo decisivo para a requerida mudança é promover sempre o bem, dedicando-se a cumprir adequadamente as próprias tarefas e responsabilidades.
Ajuda a moldar novas práticas e, consequentemente, constituir uma cultura renovada, deixar-se guiar por nobres princípios: promover sempre o bem, e fazer bem o que se faz. Não se deixar vencer pelo mal, mas vencer o mal com o bem. Reconhecer que é bom ser bom. Saber que o bem se promove com o bem.
Não se transforma a realidade buscando apenas os melhores índices da economia, nem só pela força da política, ou pela influência de confissões religiosas. Urgente é o despertar da consciência cidadã a partir do compromisso com a ética. É tempo de escrever, não em páginas de livros, mas no coração humano, a gramática da lei moral. Uma atitude prioritária para conquistar o desenvolvimento integral e configurar uma qualificada cidadania.
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