A Revolução Industrial do final do século 18 impôs, na época, um ritmo acelerado e mudou radicalmente a vida das pessoas. O modo de produção, o boom da urbanização, o excesso de consumo e o denso desenvolvimento tecnológico demandaram uma brusca adaptação, que alterou o estilo de vida de toda a sociedade, principalmente no campo dos negócios e das profissões. Agora, a indústria 4.0 tem proposto, mundo afora, essa mesma lógica, mas com proporções ainda mais impactantes.
A ideia dessa nova realidade é conectar pessoas e máquinas e fazer com que elas se comuniquem entre si, rapidamente, com o mínimo de erros e praticidade. Com as novidades trazidas pela Era 4.0 será possível, por exemplo, antecipar as demandas do consumidor, com base no modo como ele utiliza produtos e serviços. Um exemplo prático, que já acontece, é a análise do uso dos smartphones, observando o modo como o usuário realiza pesquisas ou desliza o dedo pela tela do dispositivo. Já é possível oferecer comodidades sobre o acesso e a personalização de menus, antes que a pessoa perceba essa necessidade de melhoria.
Será viável, também, prever e solucionar problemas da cadeia produtiva antes que a linha pare e, ainda, ir além da interação do consumidor com a marca, permitindo a customização cada vez maior dos produtos. Além disso, com o surgimento de processos de produção mais eficientes, autônomos e segmentados, essa realidade interfere diretamente nas ocupações e funções. O que gera uma demanda por profissionais multidisciplinares e adaptáveis às novas necessidades do mercado.
Estudo recente da Universidade de Oxford, no Reino Unido, analisou 702 ocupações e avaliou quais as chances de automatização dessas profissões nos próximos 20 anos.
Por outro lado, pesquisa divulgada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) avaliou de que maneira as novas tecnologias, como a realidade virtual, a automação e a impressão 3D, estão interferindo em alguns setores da indústria.
O levantamento mostra que 30 novas profissões irão surgir nos setores automotivo, alimentos e bebidas, máquinas e ferramentas, tecnologia da informação e comunicação, construção civil, química e petroquímica, petróleo e gás, e têxtil e vestuário. Esses dados propõem uma reflexão sobre o que a indústria tem demandado e irá exigir dos trabalhadores, principalmente sobre especialização.
Ao profissional 4.0 compete a capacidade de adaptação e o entendimento da necessidade de sair do lugar-comum para ser a escolha das indústrias que já estão vivendo o futuro. A tendência é que as funções manuais e repetitivas, por exemplo, sejam cada vez mais substituídas por mão de obra automatizada. No entanto, as demandas nas áreas de pesquisa, desenvolvimento e criação oferecerão oportunidades para pessoas que estejam tecnicamente capacitadas, com formação multidisciplinar, que saibam atuar com diversas tecnologias e estejam preparadas para mudanças constantes.
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