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Espiritualidade no cotidiano


postado em 20/11/2018 05:05

O interesse pela espiritualidade tem crescido nos últimos anos. A correria do dia a dia e as perspectivas individualista e consumista, embora muito fortes em nosso meio, não têm conseguido preencher os vazios da existência humana: mais do que o poder e posição social, muitas pessoas querem transcender suas ações para nelas encontrar sentido e significado. E quando assim o fazem, independentemente da religião, filosofia, visão de mundo, estão no terreno da espiritualidade.


Não obstante as análises pessimistas – e muitas vezes realistas – da superficialidade das relações humanas, tal como escreve Zygmunt Bauman ao falar do amor e das relações líquidas, há pessoas que acreditam e se mobilizam para construir relacionamentos interpessoais e sociais sólidos. Nesse contexto, em que tencionam forças de distância e proximidade do ser humano, de desvalorização e valorização das pequenas e grandes coisas da vida, a espiritualidade tem muito a dizer.


Em tempos de desencontros e desesperanças, o cultivo da espiritualidade faz uma grande diferença, além de ser um importante antídoto contra o imediatismo, que gera a impaciência em aguardar o tempo das coisas e resulta, muitas vezes, em medicações e doenças que poderiam ser evitadas. Na abordagem dos profissionais de saúde, por exemplo, tem-se destacado a importância em permitir que o paciente fale da sua espiritualidade, caso queira. Estudos têm destacado que muitos gostariam de falar sobre ela e se sentem fortalecidos quando assim o fazem e são acolhidos e respeitados em seu desejo. Cabe ao profissional se qualificar para realizar a escuta, o que causará um bem enorme ao paciente.


Engana-se quem pensa que o lugar da espiritualidade se restringe à partilha com as pessoas que frequentam a mesma denominação religiosa ou outro grupo social. Vai além: a espiritualidade conversa com a vida inteira. Por isso, deve frequentar todos os espaços da existência: o trabalho, a escola, o comércio, a política, a religião, a vida familiar e social. Aqui achamos fundamental destacar quão importante é a forma com que a espiritualidade se manifesta na convivência: a gentileza, o afeto, a escuta, a solidariedade, o respeito, a tolerância, o perdão, a acolhida, a atenção, a compaixão, entre outros. Esse destaque é importante porque muitas pessoas restringem a espiritualidade às práticas religiosas ou outras práticas (meditação, curandeirismo, alternativas), limitando, assim, o seu significado, ao desvinculá-la da vida. Não resta dúvida de que as fontes de espiritualidade são fundamentais, entretanto, ela é mais do que as suas fontes.


A espiritualidade nos coloca no caminho da ética e da humanização nas relações interpessoais e traz como desafios a humildade e a disposição para aprender com as pessoas e os contextos. Uma atitude de abertura, portanto, que reflete um grande amor pela vida. Por outro lado, é importante dizer que a violência e as suas diferentes formas, entre elas a intolerância religiosa e a indiferença (desde o âmbito individual até as políticas públicas), estão na contramão da espiritualidade.


Precisamos valorizar a espiritualidade e exercitá-la no cotidiano com a disposição de "novos recomeços", sempre que necessário. O seu fortalecimento, não obstante tenha contribuições de várias fontes, é conquistado por meio de um caminhar pessoal, feito com persistência e coragem, nesses tempos em que a humanização dos relacionamentos está em baixa e os bons valores se perdem e se tornam descartáveis nas contradições do dia a dia.


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