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Ministros mais ricos; menino pede para não morrer


postado em 12/11/2018 05:06

Faltam 50 dias, sete semanas. Está chegando, rapidamente, a hora da troca da guarda governamental. O novo dia de um novo tempo, que todos os patriotas, os que pensam grande, esperam, desejam e procuram ajudar a chegar. Ao contrário dos menos patriotas, dos que pensam sem grandeza, dos que não querem, que não colaboram, que temem a chegada, a troca da guarda, certamente por ter culpa no cartório criminal.

Desmentindo os pessimistas, os que preferem não acreditar nas mudanças esperadas e anunciadas, o presidente eleito Jair Bolsonaro trabalha com entusiasmo e vigor, apesar de debilitado fisicamente em decorrência dos graves ferimentos causados, durante a campanha, pela lâmina bem amolada da faca de 25 centímetros usada por um misterioso e estranho criminoso, certamente contratado para matá-lo. Um crime ainda não esclarecido, mas que o será a partir de janeiro. O que constitui mais um motivo de pânico para os que procuram sabotar o advento de um novo tempo no país da impunidade.

A equipe de transição já está em plena atividade em Brasília. E conta, felizmente, e como se esperava, com o apoio do presidente Temer e de todos os seus ministros e auxiliares. O atual e o futuro presidente já se encontraram, conversaram, e se entenderam muito bem. Elegantes em seus ternos bem cortados, educados como se espera de homens públicos de boa formação moral e social, demonstraram, pela boa convivência, que a transição ocorrerá em boa ordem, em paz, para o bem do país e de todos nós.

Muitos ministros do novo governo já foram confirmados. Todos do mesmo padrão de honorabilidade, de competência para a área em que vão atuar. Cada um no setor profissional e técnico em que se especializou e sempre atuou com êxito. Sérgio Moro, no Ministério da Justiça, é o exemplo mais expressivo das escolhas acertadas feitas por Bolsonaro. E mais: no melhor estilo republicano do novo presidente, todos com independência para gerir suas áreas, e para expor, em diálogo franco e aberto, suas possíveis divergências com o mandatário maior.

Ninguém deve se enganar, mas os primeiros dias, semanas e meses da nova administração não devem ser apenas de bons resultados, de sucesso, de aprovação geral. São muitos, e de todos os gêneros, os problemas que serão herdados dos governos petistas de Lula e Dilma, e o do tucano Fernando Henrique Cardoso, inventor da reeleição em benefício próprio.

E os que Michel Temer, herdeiro também, não conseguiu resolver e superar, embora sempre tentando, em seus dois anos de mandato, que se encerra em 31 de dezembro. Vale mencionar, por justiça, que a inflação foi domada com a ajuda do tirocínio do ex-ministro Henrique Meirelles; que a Petrobrás voltou a crescer e a dar lucros expressivos, depois de ser assaltada anos seguidos por uma quadrilha de políticos e diretores nomeados pelo PT; que caiu o número de desempregados; que a economia cresceu, modestamente, com o reconquista da confiança dos investidores nacionais e estrangeiros. Um dia, a história fará justiça, que os saudosistas da era da rapinagem lulística negam, a Temer e a muitos de seus ministros e colaboradores.

A crise é grande. A missão dos eleitos em outubro é de causar insônia aos que vão assumir. Eles demonstram confiança nos resultados, mas advertem que não a curto prazo. A não ser aquelas medidas de faxina que se mostram inadiáveis. Exemplo: o corte de despesas, dos gastos desnecessários ou adiáveis, a redução do número de ministros, de assessores, de secretários, de funcionários comissionados, de veículos e motoristas, de verbas pessoais, quase todas indevidas, de remuneração dos altos escalões.

Quanto a esta, a decisão do Senado, na semana passada, ao aprovar o projeto de aumento dos subsídios (palavra menos chocante do que a  correta, salários) de R$ 33 mil para R$ 39 mil e quebrados dos  ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), foi recebida com revolta e perplexidade. Inclusive pelo presidente eleito e sua equipe. "O momento não era apropriado para criar novas despesas", disse, com a franqueza habitual, Jair Bolsonaro.  Mas já não se faz supremos como os de antigamente. E mais grave e lamentável: ministros daquela corte teriam telefonado para o presidente do Senado e para senadores amigos pedindo a aprovação  da nova remuneração, que pode provocar o chamado efeito cascata, ou seja, ser adotada por todos os órgãos do Judiciário e do Ministério Público, como deseja a procuradora-geral Raquel Dodge. Resumindo: quebrar de vez o país.

Uma nota triste sobre fato recente pouco divulgado. Na onda de violência impune que atinge todo o país, o que aconteceu no Rio com um menino de 14 anos é de chorar. Ele estava sentado em uma pracinha perto de sua casa, em Jacarepaguá, lendo um livro no fim da tarde, quando foi atingido por uma bala perdida, disparada em um dos milhares de confrontos entre marginais, traficantes e policiais. Sangrando muito (a bala atingiu o baço, o fígado e os rins), correu para os braços de sua mãe, que estava no portão da sua casa modesta, chorando e pedindo socorro: "Mamãe, levei um tiro, não me deixe morrer, peça a Deus para me salvar". Quase uma hora depois, como o socorro pedido não chegava, foi colocado em um carro particular que o levou para um pronto-socorro do bairro, e depois para um hospital na Barra da Tijuca. Foi operado. Não adiantaram os esforços dos médicos, nem o apelo dramático que ele fez. O garoto morreu. Chorar é o jeito.


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