A dificuldade de aprendizagem interfere diretamente na vida social de crianças. Muitas vezes, o insucesso escolar causa desinteresse, insegurança e baixa autoestima, contribuindo com a evasão escolar. Segundo o último censo escolar, divulgado pelo Ministério da Educação em 2017, um em cada 10 alunos abandona a escola da rede pública no país. O estudo revelou, ainda, que 11,6% dos alunos são reprovados no final do 3º ano do ensino fundamental e é nessa fase que, teoricamente, eles concluem o aprendizado da leitura, escrita e as operações matemáticas.
Tal desinteresse pelos estudos pode ter como principais causas fatores neurobiológicos, apesar de aspectos psicológicos, emocionais e físicos também influenciarem essa condição. Por isso é tão importante o trabalho multidisciplinar de pais, professores, psicólogos, fonoaudiólogos, médicos e outros profissionais capacitados para efetuar um diagnóstico preciso da criança.
A dificuldade de aprendizagem é um problema substancial no ensino brasileiro e ocorre, principalmente, durante os processos de alfabetização e de letramento. Sim, existe uma diferença sensível entre esses conceitos. Enquanto a alfabetização é o desenvolvimento das capacidades de ler e escrever, o letramento vai além dessas habilidades. Um indivíduo letrado utiliza a leitura e a escrita no dia a dia, a partir da análise crítica e interpretação de códigos para o uso social.
Para que o processo de aprendizagem seja mais efetivo, a criança precisa desenvolver o hábito de ler e estar inserida no contexto cultural da sociedade, podendo relacionar leitura, interpretação e escrita com o mundo ao seu redor.
Há as crianças extremamente criativas e habilidosas, mas que não conseguem se concentrar ou ficar paradas por um mínimo período de tempo, deixando de finalizar tarefas e até mesmo brincadeiras. Alguns alunos não conseguem lembrar o que as pessoas falaram e perdem o material escolar com facilidade. Há, também, crianças que confundem palavras e ordens numéricas, ou sentem dificuldade de compreender e executar instruções.
No ambiente escolar, cabe ao educador identificar as dificuldades da criança e buscar o auxílio de outros profissionais para a intervenção apropriada, conforme as necessidades de cada aluno. Já os pais precisam manter um relacionamento saudável com a instituição de ensino, acompanhando a vida escolar dos filhos e assumindo a responsabilidade pelo desenvolvimento das crianças, modelando seus comportamentos e identidades. Os pais ainda têm o papel de motivá-los e apoiá-los sempre que demonstrarem algum tipo de dificuldade, pois comportamentos contrários podem desestimulá-los diante das adversidades.
Ademais, é fundamental ter em mente a singularidade de cada criança. Por mais que algumas apresentem algum tipo de transtorno de aprendizagem, todas irão aprender, em suas vidas, que o que muda é o tempo que levam para assimilar o conteúdo, já que algumas aprenderão de forma mais rápida do que outras.