Todos nós conhecemos alguém que morreu ou que está em tratamento do câncer de próstata, doença que atinge milhares de homens e tornou-se foco da campanha Novembro Azul, realizada no mundo todo. O movimento surgiu na Austrália, em 2003, denominado Movember (moustache mais november em inglês – bigode e novembro), também aproveitando a data de 17 de novembro, quando comemora-se em todos os países o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. O “azul” veio da cor oficial usada como símbolo de combate à doença.
No Brasil, há várias iniciativas nesse sentido, sendo a mais conhecida a do Instituto Lado a Lado pela Vida, de São Paulo, objetivando quebrar o preconceito masculino de ir ao médico e, quando necessário, realizar o exame de toque.
Em 2014, o Instituto esteve à frente de 2.200 ações em todo o país, como a iluminação de pontos turísticos (como Cristo Redentor, no Rio; Monumento às Bandeiras, em São Paulo; Teatro Amazonas, em Manaus; Congresso Nacional, entre outros).
A principal arma contra esta patologia é o diagnóstico precoce. Por isso, é muito importante que homens acima de 40 anos fiquem atentos e procurem o urologista, anualmente, para os exames de rotina.
Mas o que é câncer de próstata? Para saber é preciso primeiro entender o que é a próstata. Ela é um órgão que faz parte do aparelho reprodutor masculino e sua principal função é produzir parte do líquido que forma o sêmen (ou esperma). Esse líquido é produzido por estruturas glandulares (ácinos) e tem propriedades que ajudam a nutrir e preservar a integridade dos espermatozoides. O câncer de próstata é uma consequência da transformação das células dos ácinos, que passam a proliferar de forma anormal e ganham a capacidade de invadir o órgão e até, em alguns casos, circular pelo corpo e produzir tumores em outras partes do corpo (chamado de metástase).
Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) sobre essa doença não são nada boas. O órgão alerta para o aumento de casos no Brasil. Para cada ano do biênio 2018/2019, a previsão é de que sejam diagnosticados 68.220 novos casos, ou seja, 66,12 casos para cada 100 mil habitantes. O órgão prevê, ainda, que um em cada nove homens terá câncer de próstata durante a vida.
A doença é característica do envelhecimento masculino. Então, à medida que os anos passam, aumenta o risco. Se nós fizermos uma biópsia em homens acima dos 90 anos, a maioria vai ter câncer de próstata, mesmo que seja apenas de forma microscópica e sem nenhuma relevância clínica.
Ela é indolente, não apresenta nenhum sintoma, nenhum sinal. À medida que evolui, começam a aparecer alguns sinais que podem alertar para a presença da doença, tais como dificuldade miccional, sangramento na urina, dores na região sobre a bexiga ou na região do períneo, e até o aparecimento, nos casos mais avançados, de dores ósseas, principalmente na coluna, dores nos flancos, quando o tumor começa a comprimir os canais que drenam os rins, levando a uma dilatação desses órgãos, além de desconfortos abdominais mais intensos. Por isso o diagnóstico precoce é tão importante. Tumores iniciais têm grandes chances de cura.
Hoje, com o avanço da medicina, houve uma evolução significativa em seu tratamento. Entre os procedimentos temos a cirurgia aberta e convencional, a laparoscópica e a cirurgia robótica. Esta última com uma evolução crescente, com diminuição das complicações referentes a esse procedimento cirúrgico. Temos, ainda, a radioterapia e/ou tratamento braquiterápico, como mais uma possibilidade. Essas formas de tratamento são indicadas nos casos iniciais do câncer de próstata, onde a proposta é curativa. Por essa razão, é muito importante que o diagnóstico seja precoce, para que o médico possa atuar levando à cura para um percentual alto de pacientes.