Segue sem solução mais um capítulo da “guerra” entre garimpeiros contra o povo Yanomami, em Roraima. Depois que uma menina ianomâmi, de 12 anos, morreu após ser estuprada por garimpeiros que exploravam ilegalmente terras indígenas, todos os 24 indígenas da comunidade Aracaçá permanecem desaparecidos e suas casas foram encontradas queimadas.
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Mineiros acertam 5 números e quase levam R$ 60 milhões da Mega-SenaYanomamis fazem fila para receber cestas básicasPF diz não ter indícios de crime contra yanomamis; investigações seguemRemédio oral contra covid-19 é aprovado pela AnvisaVídeos antigos são usados para enganar sobre adesão a atos pró-BolsonaroMobilizando não só lideranças indígenas, o caso acabou também rompendo barreiras e repercutindo entre artistas, políticos e influenciadores digitais. A tag “CADÊ OS YANOMAMI” vem movimentando as redes nos últimos nove dias.
O estupro da menina e o desaparecimento dos indígenas vieram a tona, dia em que a menina teria sido estuprada. A denúncia foi feita pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami.
Depois do comunicado do líder, a Polícia Federal (PF) chegou até a comunidade Aracaçá, mas não teria encontrado 'indícios de crime'.
A aldeia é de difícil acesso - leva-se cerca de 1h15 de voo saindo de Boa Vista até Waikás, mais 30 minutos de helicóptero ou cinco horas de barco pelo rio Uraricoera.
A Hutukara Associação Yanomami (HAY) informou que está acompanhando a investigação e cobrou que as autoridades tirem os garimpeiros ilegais das terras indígenas. "Essas e outras graves violações de direitos dos povos indígenas causadas pelo garimpo ilegal em suas terras há anos vêm sendo denunciadas ao poder público. Insistimos que o Estado brasileiro cumpra seu dever constitucional e promova urgentemente a retirada dos invasores", diz.
Segundo o Condisi-YY, é comum que após a morte de um ente querido, os indígenas deixem suas casas e procurem outro lugar para viver. A PF informou que continua a investigação.
A aldeia é de difícil acesso - leva-se cerca de 1h15 de voo saindo de Boa Vista até Waikás, mais 30 minutos de helicóptero ou cinco horas de barco pelo rio Uraricoera.
De acordo com lideranças indígenas, garimpeiros teriam comprado o silêncio das vítimas com ouro. Isso porque, sem nenhuma base de proteção permanente da Funai, o garimpo se mantém como o principal indutor da violência na região.
O Ministério Público Federal (MPF) também comunicou que a apuração segue em andamento.
Nas redes sociais, influenciadores e artistas pedem pela solução do caso. Confira:
(Colaborou Thays Martins - Correio Brasiliense)