Jornal Estado de Minas

LEVANTAMENTO

Bolsonaro é o principal agressor de jornalistas, diz relatório da Fenaj


A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou no Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2020 que houve um aumento de 105,77% nas violências sofridas pelos profissionais da área no último ano. O presidente Jair Bolsonaro (PL) é o principal agressor. 




 
 
Sozinho, Bolsonaro é responsável por 175 dos registros de violência, ou seja, 40,89% do total de 428 casos computados pela federação. Foram 145 ataques genéricos, direcionados a veículos de comunicação e a jornalistas, 26 casos de agressões verbais, um de ameaça direta aos profissionais, uma ameaça à Globo e dois ataques à Fenaj.

De acordo com a federação, entre os motivos para o aumento dos ataques, o fato de Jair Bolsonaro ter se tornado presidente da república e os estímulos dele aos ataques é o principal.“Esse crescimento está diretamente ligado ao bolsonarismo, ao movimento político de extrema-direta, capitaneado pelo presidente Jair Bolsonaro, que repercute na sociedade por meio dos seus seguidores. Houve um acréscimo não só de ataques gerais, mas de ataques por parte desse grupo que, naturalmente, agride como forma de controle da informação. Eles ocorrem para descredibilizar a imprensa para que parte da população continue se informando nas bolhas bolsonaristas, lugares de propagação de informações falsas e ou fraudulentas”, detalhou Maria José, presidente da Fenaj. 

Além dos 428 casos de agressões à jornalistas, dois assassinatos foram registrados. Isso significa que 2020 foi o ano mais violento desde quando a entidade passou a realizar o levantamento, na década de 1990. Para a presidente da federação, registro de assassinatos corrobora para a “evidência concreta de que há insegurança para o exercício da profissão no Brasil”.





O espaço virtual se tornou um campo propício para as agressões verbais e ataques. A Fenaj afirmou que a violência nesse ambiente cresceu em 280%, em 2020. Aumentou também as censuras, em 750% a mais, e o cerceamento à liberdade de imprensa subiram 220% por meio de ações judiciais. O que na visão da Fenaj é preocupante para o futuro do exercício da profissão no país.

As agressões físicas, que haviam diminuído em 2019, voltaram a crescer no ano passado. Foi registrado aumento de 113,33%.

Frente aos resultados coletados, a presidente da federação e membra do Comitê Executivo da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) faz um apelo para que “as instituições tomem providências enérgicas para que a violência seja investigada, combatida e punida, pois o Jornalismo e os jornalistas precisam do apoio da sociedade para seguir informando com responsabilidade e qualidade”.

Do total de casos, 152 foram de descredibilização do trabalho dos jornalistas e o presidente Jair Bolsonaro foi responsável por 142 episódios.

Outros agressores listados pela federação foram servidores públicos e dirigentes da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) estão envolvidos em 86 casos (20,09%), políticos (9,11%) contabilizam 39 episódios, internautas são responsáveis por 21 eventos (4,91%). Também foram pontuados os juízes, procuradores e promotores (3,97%), policiais militares e civis (3,27%) e torcedores ou dirigentes de clubes de futebol (1,64%).





audima