RIO DE JANEIRO, RJ - Quem decidiu aproveitar os últimos dias para dar um mergulho nas praias do Rio levou um susto com a cor do mar. O tradicional azul deu lugar a um tom escuro que tem chamado a atenção dos especialistas e assustado os banhistas.
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O texto diz ainda que satélites registram o fenômeno desde o começo de novembro.
Professora da Faculdade de Oceanografia da UERJ, Gleyci Moser diz que a floração de algas ocorre no mundo todo e está associada a altas temperaturas ou ao despejo de esgoto nos mares. No entanto, a abrangência desse fenômeno surpreende.
"Temos registro não só no Rio, mas em cidades como Cabo Frio e Saquarema", diz ela. "Essa distribuição geográfica chama a atenção."
A pesquisadora diz que análises feitas até sexta (10) indicam que não havia a presença de algas tóxicas. "Isso está em avaliação ainda. Por isso, é essencial que haja monitoramento", afirmou.
O biólogo Mario Moscatelli faz uma avaliação parecida. Ele diz que, embora torne a água do mar pouco convidativa, a floração de microalgas não costuma representar perigo à saúde humana. "A princípio, não há motivo para pânico. Mas é sempre bom saber dos órgãos ambientais se há ou não perigo."
O especialista afirma que a duração desse fenômeno surpreende. "O que se observa normalmente é que a duração dessas florações não é tão duradoura", diz ele, acrescentando que resta saber por que o fenômeno está durando tanto tempo. "Talvez correntes estejam trazendo nutrientes, mas de uma forma que eu não lembro ter acontecido nos últimos 20 anos."
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, mas não teve resposta até o momento.