Jornal Estado de Minas

DISCRIMINAÇÃO

Comissão pede retratação por machismo em formatura do Corpo de Bombeiros

A Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) acionou o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) sobre a denúncia de que duas sargentas teriam sido expulsas de uma cerimônia de formatura por causa do tamanho da saia. Elas foram retiradas do auditório no qual ocorria a formatura do Curso de Altos Estudos para Praças, em 8 de abril.





O presidente da comissão, deputado Fábio Felix (Psol), destacou que a situação é muito grave. “É preciso que haja uma retratação pública das pessoas que fizeram essa prática de assédio e expulsão, inclusive, não permitindo que as trabalhadoras dessa instituição tivessem direito de resposta”, diz.

Na avaliação do distrital, o caso revela uma situação de machismo na corporação. “Muitas vezes, infelizmente, intuições utilizam seu regramento para reforçar práticas de machismo, sexismo e misoginia. É preciso que o poder legislativo e todas as instituições de defesa dos direitos humanos combatam esse tipo de prática”, afirmou.

‘Problema sério’

Após a revelação do caso, o presidente da Associação dos Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar (ASSOFBM), coronel Eugênio César Nogueira, se manifestou sobre o assunto. Ao Correio, o representante afirmou que a entidade está ciente dos fatos. “Isso causou um problema sério. O nosso regulamento não determina o tamanho, ele determina apenas dois modelos de saia: uma média e outra longa. A saia média fica próxima ao joelho, mas não especifica em qual local deve ficar”, explicou.





O coronel citou o decreto Nº 32.784, de 2 de março de 2011, que regulamenta a padronização dos uniformes do Corpo de Bombeiros do DF. “Solicitamos informações para a corporação e eles emitiram uma nota dizendo que o comandante-geral já providenciou a imediata abertura de processo apuratório para verificar se houve algum desvio de conduta por parte do oficial e verificar se realmente não estava de acordo com o nosso regulamento de uniforme que é regido pelo decreto distrital”.

À época, o CBMDF informou, em nota, que "por determinação do comandante-geral da corporação, a denúncia foi encaminhada à Corregedoria/Controladoria, onde será realizada a abertura de procedimento apuratório para que os relatos presentes na denúncia sejam esclarecidos e elucidados, assim, podendo esta Instituição tomar as medidas cabíveis e pertinentes ao caso".

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