Jornal Estado de Minas

DIMAS COVAS X BARRA TORRES

Anvisa não avisou Butantan que iria interromper vacina chinesa: 'Não é nossa atribuição'

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (10), que não é “atribuição da agência fazer a interlocução de suspensão de estudos antes de tomar a decisão de fato”. A declaração foi feita após o Instituto Butantan alegar que não foi avisado sobre a suspensão dos testes de vacina Coronavac, desenvolvida em parceria com empresa chinesa Sinovac.





agência alegou ter suspendido os testes por precaução da área técnica após o instituto notificar "evento adverso grave".

De acordo com presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, a agência não é parceria de nenhum desenvolvedor.  “É esperado que dessa vez seja diferente? Por qual motivo?”, questionou.

O presidente relembrou que a Anvisa já realizou a suspensão de outros testes de vacinas.

A primeira foi a vacina da Universidade de Oxford, com parceria com o laboratório AstraZeneca. Na época, os testes foram interrompidos por seis dias depois de um dos voluntários no Reino Unido apresentar efeitos colaterais.





Barra Torres também falou sobre a interrupção do protocolo da Johson & Johnson após um dos participantes apresentar “doença inexplicada”.

Segundo ele, as decisões são tomadas “no dia que eles tiverem que ser tomadas”. 


Butantan alega não ter sido avisado


Após a Anvisa suspender os testes da Coronavac, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, deu uma entrevista coletiva discordando das alegações da agência. Segundo Covas, não houve “nenhuma reação adversa grave” em nenhum dos 10 mil voluntários que participam dos testes.

“O Butatan tem 119 anos de história. Produz 75% das vacinas utilizadas pelos brasileiros. Um em cada 3 brasileiros já tomou uma vacina feita pelo Butantan”, disse.

Durante coletiva, ele chegou até mesmo a dizer que descobriu a paralisação dos testes pelo noticiário e afirmou não ter sido avisado da medida. “O processo, da forma como ele aconteceu, poderia ter sido diferente”, explicou.
 
*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa

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