Jornal Estado de Minas

HOMOFOBIA

Igreja proíbe padre de celebrar casamentos após realizar união gay

O padre Vicente Paula Gomes foi suspenso pela Diocese de Assis, em São Paulo, por celebrar uma união homoafetiva no ano passado. O religioso, que estava afastado de suas funções desde dezembro de 2019, não poderá realizar nenhum casamento até 8 de dezembro de 2021. Essa é uma das sanções que ele sofreu por causa do ato.



De acordo com a decisão, assinada pelo bispo diocesano de Assis, Dom Argemiro de Azevedo, “sua má conduta na ação celebrativa incentivou a cultura gay, gerando escândalo.”

O documento ainda informa que, apesar de não ter havido denúncia formal contra o padre, a celebração repercutiu na mídia e nas redes sociais. Por isso, foi instaurado um procedimento de investigação.

Realizado em uma chácara, no ano passado, o casamento contou com discurso conciliador do padre Vicente Paula Gomes. Nele, o padre chegou a defender o direito do casal de ser considerado uma família e abençoou a união.

Arrependimento e punições

Segundo o documento firmado pela Diocese, o padre teria se arrependido de ter celebrado o casamento e teria pedido perdão. “Arrependido, pediu perdão do ato inconsequente ao celebrar a união estável homoafetiva, não obstante ao escândalo iminente.”





A medida cautelar que mantém o padre afastado de suas funções será revogada, de acordo com a decisão do bispo, em 8 de dezembro deste ano. A partir daí, começam as sanções.
 
Por um ano, o padre não poderá celebrar casamentos. Por três anos (até dezembro de 2023), ele está proibido de participar de programas veiculados na imprensa ou utilizar qualquer meio de comunicação social, além de "abster-se de exprimir juízo ou opiniões sobre a doutrina da Igreja Católica no que se refere ao Sacramento do Matrimônio".

E ainda, no ano de 2021, o padre Vicente Paula Gomes terá de frequentar "curso sobre Matrimônio, segundo a perspectiva teológica, jurídica e pastoral (na Faculdade João Paulo II, da Província Eclesiástica de Botucatu)". 
 
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina