Uma cápsula montada com peças de PVC e coberta com plástico transparente tem desempenhado um papel crucial no tratamento de pacientes com COVID-19, ao servir como barreira de proteção a profissionais de saúde e permitir a realização de ventilação não-invasiva, ao impedir a dispersão de gotículas no ambiente.
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Juiz condena Estado a financiar parte do Samu em São Paulo Rio: banhistas terão aplicativo para reservar espaço na praia e tempo de permanênciaGoverno de São Paulo vai medir rapidez na leitura de criançasO equipamento criado por uma equipe de fisioterapeutas do Grupo Samel, empresa de plano de Saúde de Manaus (AM), em parceria com o Instituto Transire, tem custo de aproximadamente R$ 450 por unidade. A estrutura do equipamento conta com um sistema de exaustão e filtros antivirais e antibacterianos que renovam o ar e criam um ambiente de pressão negativa em seu interior.
A pressão criada pelo sistema impede a saída de aerossóis, quando o zíper é aberto para a realização de procedimentos médicos. Sua utilização tem ajudado, conforme o caso, a substituir a intubação orotraqueal precoce, reduzindo o uso de respiradores e a possibilidade de infecções.
Com o propósito de compartilhar a aplicação da cápsula, a empresa tem oferecido treinamento gratuito para qualquer instituição que quiser replicar o modelo, informação sobre sua montagem e utilização.
O projeto já é usado em mais de 50 municípios do Amazonas e, atualmente, tem sido adotado em algumas cidades de Roraima, Pará, Acre e Mato Grosso, Estado onde o Senai local assumiu sua produção. Há ainda aplicação em Itapema, Brusque e Camboriú, em Santa Catarina; Itú e Salto, em São Paulo; e Barbacena em Minas Gerais, por meio de uma parceria com o Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais. A criação também já chegou a algumas localidades da Bolívia.
"Nós começamos a utilizá-la no momento em que o paciente chega ao hospital e os resultados foram muito bons, com uma redução significativa do tempo de hospitalização, de 15 para 7 dias, e uma taxa de intubação de menos de 5%", explica, lembrando que seu uso não elimina, no entanto, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), por parte dos profissionais de saúde. Essa redução foi a chave para manter a disponibilidade de leitos hospitalares e, com isso, evitar o colapso do sistema de saúde.
A "cápsula Vanessa" (https://capsulavanessa.samel.com.br/) recebeu este nome em homenagem à primeira paciente de Manaus que precisou ser entubada e se recuperou do coronavírus. A equipe, sensibilizada por ver uma paciente jovem passar por um tratamento tão agressivo, decidiu desenvolver a cápsula. Como suas especificações são abertas, quem quiser pode construí-la a um custo de cerca de R$ 450 por unidade.
"Neste momento, estamos reforçando este nosso compromisso de ajudar, sem custos, quem quiser utilizar a cápsula, cujo projeto já é aberto", diz o presidente do Grupo Samel, Luis Alberto Nicolau.
Segundo Daniel Fonseca, médico e diretor técnico do Grupo Samel, o equipamento não dispensa o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) pelos profissionais de saúde, mas tem resultado efetivo para ajudar a manter a disponibilidade de leitos hospitalares e evitar o colapso do sistema de saúde.