Jornal Estado de Minas

COVID-19

Marca acima de mil óbitos ao dia persiste no Brasil desde maio



Desde 1º de junho, o Brasil registra média diária superior a 1 mil mortes em virtude do novo coronavírus. Ontem, o país chegou a 87.004 vidas perdidas e 2.419.091 casos confirmados. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde. Em relação ao boletim epidemiológico de sábado, foram contabilizados mais 555 óbitos e 24.578 novos diagnósticos positivos. A taxa de letalidade da doença está em 3,6%.




 
A data em que pela primeira vez o Brasil registrou mais de mil vítimas do coronavírus em apenas um dia foi 19 de maio. Nos 68 levantamentos diários divulgados após essa data, o país apresentou mais de 1 mil novos falecimentos em 41 deles. Os dias com três dígitos de óbitos têm sido notificados, em geral, nos fins de semana ou feriados prolongados – como o de Corpus Christi, em meados de junho. Nessas datas, laboratórios responsáveis por analisar os exames relativos à COVID-19 costumam ter menos profissionais trabalhando.
 
As semanas epidemiológicas vão do domingo de determinada semana ao sábado. Na última delas, terminada anteontem, o país teve média de 1.097 óbitos ao dia — a maior desde o início da pandemia, ainda em março. Segundo projeção do Correio Braziliense, dos Diários Associados, se o país confirmasse, daqui para frente, tal número de mortes diárias, vai atingir 100 mil baixas em 7 de agosto.  Levantamento do portal COVID-19 Brasil, gerido por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de São Paulo (USP), por seu turno, crê que o país pode chegar aos seis dígitos entre 9 e 10 de agosto.
 
“As projeções estão relacionadas a essa pseudoestabilidade que está acontecendo no Brasil agora, mas isso pode mudar nas próximas semanas e a marca pode ser atingida ainda antes”, afirma Domingos Alves, integrante da iniciativa e professor de Medicina da USP em Ribeirão Preto. Para Domingos, embora apresente estabilidade, a média de mortes em solo brasileiro pode crescer em breve. Na visão dele, um eventual aumento futuro se deve aos dados represados pelo Ministério da Saúde.




 
Na última semana epidemiológica – a 30ª deste ano – foram, ao todo, 7.677 óbitos provocados pela virose, o que representa 374 registros a mais em relação aos sete dias anteriores. Durante o período, o país confirmou, em média, 45,6 mil casos de contaminação a cada novo boletim. Do último dia 19 a sábado, o Ministério da Saúde adicionou 319.653 novos registros de pessoas infectadas à sua base de dados.

Epicentro


São Paulo é o estado mais afetado pela pandemia. Tem 483.982 exames positivos e registrou 21.606 mortes, enquanto, agora, iniciou os testes com voluntários de uma vacina produzida pela empresa chinesa Sinovac Biotech. O governo estadual firmou convênio com o laboratório farmacêutico por meio do Instituto Butantan.
 
A vice-liderança entre os estados mais impactados pela doença, no que tange às confirmações de pessoas infectadas, é do Ceará, onde 162.085 habitantes já receberam diagnóstico para a virose. O estado tem 7.493 óbitos, número inferior ao do Rio de Janeiro. Em solo fluminense, além dos 12.835 falecimentos, constam 156.325 casos.




 
Juntos, os quatro estados da região Sudeste têm 830.078 registros de infecção e 39.281 baixas. O Nordeste contabiliza 789.896 testes positivos e 27.383 mortes. Em terceiro lugar, está o Norte: 386.297 registros e 11.606 óbitos. Depois, está o Centro-Oeste, com 217.091 doentes e 4.585 vidas perdidas. Por fim, há o Sul do país, onde 4.149 pessoas morreram de COVID-19. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná têm, ao todo, 195.729 casos. Acre é a unidade da federação menos impactada pelo vírus, com 18.745 confirmações e 486 vítimas. Em seguida está o Mato Grosso do Sul, que soma 21.514 casos e registra 305 mortes. (Colaboraram Bruna Lima e Maria Eduarda Cardim)