Jornal Estado de Minas

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Papa Francisco nomeia novo bispo auxiliar para arquidiocese de São Paulo

O padre Ângelo Ademir Mezzari, de 65 anos, é o novo bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. Nomeado nesta quarta-feira, 8, pelo papa Francisco, o atual pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, de Bauru, interior de São Paulo, tomará posse de seu novo ofício no dia 4 de outubro, em missa a ser celebrada às 11 horas, na Catedral Metropolitana de São Paulo. A ordenação episcopal do padre está marcada para o dia 19 de setembro, às 15 horas, no Santuário do Sagrado Coração Misericordioso de Jesus, em Içara, diocese de Criciúma, em Santa Catarina.

Catarinense de Forquilhinha, padre Ângelo é religioso da Congregação dos Rogacionistas do Coração de Jesus, ordem iniciada em 1897, em Messina, no sul da Itália. Este ano, ele completou 39 anos de vida religiosa e 35 de sacerdócio, parte deles na capital. O cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, emitiu nota de boas vindas ao bispo auxiliar.

"Agradeço ao papa Francisco por ter acolhido nosso pedido, nomeando mais um bispo auxiliar para São Paulo. Acolho com alegria e dou as boas vindas ao novo bispo auxiliar para servir o numeroso povo de Deus desta Arquidiocese, como bispo, juntamente com o arcebispo e os demais bispos auxiliares", disse.

Dom Odilo convidou os fiéis da Igreja Católica em São Paulo para rezar pelas intenções do novo bispo, "suplicando ao Espírito Santo que o ilumine e fortaleça para o exercício de sua missão episcopal". A arquidiocese paulistana, uma das mais populosas da América do Sul, já possui seis bispos auxiliares - Dom Carlos Lema Garcia, Dom Devair Araújo da Fonseca, Dom Eduardo Vieira dos Santos, Dom Jorge Pierozan, Dom Luiz Carlos Dias e Dom José Benedito Cardoso.

Em live, na manhã desta quarta, ao lado do bispo da diocese de Bauru, Dom Rubens Sevilha, o padre contou que recebeu um telefonema do núncio apostólico do Vaticano no Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, no dia 23 de junho, informando-o e consultando sobre a escolha do papa.

"Pedi um prazo de dois dias e dei meu sim, mas foram muitas noites insones, pensando em como seria isso. O coração ficou bastante angustiado em um primeiro momento, mas hoje já amanheci mais sereno e tranquilo." Ele disse que ligou para a mãe, dona Maria Etelvina, de 82 anos, para pedir-lhe a bênção, e ela o animou. "Ela disse: 'Deus te acompanha e cuida'".

Em nota, o padre afirmou que a nomeação o deixou surpreso. "Confesso minha surpresa e desconcerto em receber o chamado, que me trouxe grande angústia interior, perguntando-me diante de Deus o porquê desta nova missão, exigente e desafiadora."

Ressaltou que acolhe a nomeação "com muita fé" e que espera, com a ajuda de todos, inserir-se "na caminhada sinodal da comunhão, conversão e renovação missionária" a serviço da Igreja. "Neste tempo histórico único, de pandemia, de luta e cuidado pela vida, sou chamado a continuar amando e seguindo Jesus, ser seu discípulo missionário", acrescentou.

Pedido de orações
Em sua página oficial na internet, a Diocese de Criciúma postou nota de júbilo pela nomeação do padre, nascido na região, e pediu orações aos fiéis. Na paróquia de Nossa Senhora das Graças, em Bauru, os sinos foram acionados durante a manhã. O bispo Dom Rubens também pediu orações. "Fomos agraciados por Deus com uma notícia bonita, que nos deixa muito felizes. É uma honra para a diocese, pois o padre Ângelo já vinha realizando um trabalho muito bonito aqui."

Padre Ângelo Ademir é o primeiro dos sete filhos do casal Antonio Mezzari (já falecido) e Maria Etelvina Mezzari, e nasceu em Sanga do Engenho, distrito de Nova Veneza, atual Forquilhinha, na região sul de Santa Catarina. A cidade também é terra natal do arcebispo emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, falecido em 2016. Ângelo ingressou no Seminário Rogacionista Pio XII em Criciúma (SC) e continuou os estudos religiosos em Bauru (SP) e São Paulo (capital), tendo sido ordenado sacerdote em dezembro de 1984.

Após a ordenação, o padre continuou os estudos, concluindo o mestrado em São Paulo. Na capital paulista, padre Ângelo atuou durante quase 20 anos. Ele foi conselheiro da Província Rogacionista São Lucas (Brasil, Argentina e Paraguai) por três mandatos e superior provincial por dois mandatos. O padre brasileiro foi também superior geral da Ordem Rogacionista, em Roma, de 2010 a 2016.