Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Kit COVID-19 distribuído no interior de SP não tem eficácia, diz especialista

Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19 (foto: Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19)
Uma ação da Prefeitura de Porto Feliz, município que fica na região metropolitana de Sorocaba, em São Paulo, para combate ao coronavírus gerou polêmica. Foram distribuídos “Kits COVID-19” para a população que apresentou sintomas iniciais da doença. No kit estavam incluídos hidroxicloroquina, azitromicina, anti-inflamatório e remédio para náusea. Especialistas contestam esse tipo de tratamento por não haver estudo científico que comprove a eficiência nos casos do novo coronavírus. 



O uso da cloroquina para tratar casos da COVID-19 já foi muito debatido no meio científico. Por fim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que esse medicamento pode causar efeitos colaterais e não tem eficácia comprovada no tratamento do novo coronavírus. 

No caso do município de Porto Feliz, o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Humberto Graner aponta dados que comprovem a ineficácia do “Kit COVID-19”. Ele explica que os casos e óbitos no município são maiores que em cidades próximas  que não adotaram essa ação. No boletim epidemiológico divulgado pelo governo do Estado de São Paulo no domingo (5), Porto Feliz registrou 307 casos confirmados de coronavírus e três óbitos. Enquanto em Capivari, que também fica próximo de Sorocaba, tinha 287 casos confirmados e nenhuma morte. “Se o kit fosse realmente eficiente para evitar o contágio, Porto Feliz deveria ter muito menos casos que esses municípios vizinhos”, disse.

De acordo com reportagem exibida pela TV Cultura, estãoá sendo feitas medições de temperatura nos cidadãos de Porto Feliz e o kit é entregue a quem tem sintomas iniciais da COVID-19. Foram feitos 2 mil kits, com custo total de R$ 100 mil para a prefeitura.

* Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa