Jornal Estado de Minas

Infestação

Justiça fecha unidade da JBS foco de infecção por COVID-19

A JBS está envolvida em mais um escândalo. A unidade da empresa em São Miguel do Guaporé, em Rondônia, teve as atividades suspensas pelo juiz do Trabalho Wadler Ferreira, após a cofirmação da infecção de funcionários pelo novo coronavírus (COVID-19). O descumprimento da interdição significará multa de R$ 500 mil por dia.



A ação civil pública foi impetrada na tarde desta quinta-feira (28), conjuntamente pelo Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO) e Ministério do Trabalho da 14ª região. Segundo a denúncia, a empresa não estava tomando as medidas necessárias de prevenção.

Em seu despacho, o juiz demonstra sua indignação pelo fato de que “notícias nacionais e internacionais destacam os problemas da COVID-19 nas empresas do Grupo JBS, que acontecem não só nos estabelecimentos dentro do Brasil, e que a empresa não tomou medidas preventivas, como o afastamento de funcionários com suspeita da doença.”

Por conta do contágio, estima-se que cerca de 80% da população esteja contaminada, e que esse contágio teria partido de 60% dos funcionários infestados. A JBS é praticamente a única empresa de São Miguel do Guaporé, o que significa dizer que toda a receita da cidade advém da atividade dela.



E por conta do grande número de casos de novo coronavírus, o prefeito Cornélio Duarte, do DEM, determinou o lockdown – somente supermercados e farmácias estão autorizados a funcionar.

Reação da empresa

A JBS distribuiu nota sobre as providências que foram tomadas, a partir da interdição. Afirma que desde o início da pandemia, "tem adotado um rígido protocolo de prevenção contra a COVID-19 em suas unidades conforme as orientações dos órgãos de saúde e do Hospital Albert Einstein, além de especialistas médicos contratados pela Companhia para apoiar na implantação rigorosa de medidas para a proteção de seus colaboradores.”

Informa ainda que decidiu pelo afastamento de pessoas que fazem parte do grupo de risco, como maiores de 60 anos, gestantes e todos os que tiveram recomendação médica; ampliação da frota de transporte e desinfecção diária das unidades.

E ainda foram tomadas medidas de medição de temperatura de todos os funcionários, antes do acesso às fábricas; vacinação contra gripe H1N1 para 100% dos colaboradores; ações de distanciamento social e forte comunicação de prevenção e cuidados.