Jornal Estado de Minas

Diagnóstico duvidoso

Mãe afirma que filha morreu após diagnóstico errado para Covid-19


A morte precoce de uma jovem de 18 anos na quarta-feira (29/4) causou a indignação da mãe e de familiares dela. Isso porque uma das causas do falecimento registradas na certidão de óbito foi a Covid-19, mas, de acordo com a mãe, Liliane Mendes, o teste da filha teria dado negativo para o novo coronavírus.



Segundo Liliane, a filha era cardiopata e teria recebido diagnóstico errado no Hospital Regional de Sobradinho, no Distrito Federal, para coronavírus. "Ela começou a ter falta de ar na noite de quarta e, após darem medicamentos e ela não melhorar, os médicos decidiram intubá-la, mesmo eu explicando que ela usava marcapasso e tinha uma válvula mecânica", relatou. "Não chegaram nem a fazer eletrocardiograma", acrescentou.

Segundo a mãe, antes da intubação, um dos médicos que atendeu a jovem teria questionado quais outros sintomas de coronavírus, além de falta de ar, a filha teria apresentado. "Eu expliquei que ela usava marca-passo e que não tinha nada a ver com a Covid-19. Mesmo assim, ele decidiu intubá-la", conta.

À reportagem, a Secretaria de Saúde afirmou que a paciente testou negativo para a Covid-19 e que não recebeu tratamento para a doença. "A paciente V.M.O.T. deu entrada no Hospital Regional de Sobradinho com diagnóstico inicial de crise asmática e, em momento algum, foram utilizados medicamentos para tratamento da Covid-19, uma vez que não houve esse diagnóstico e que não existe um tratamento com uso de medicamentos para a doença", diz trecho da nota encaminhada pela assessoria de imprensa da pasta.



Documento no qual consta a causa de morte da jovem: síndrome respiratória aguda grave (foto: Reprodução)

A Secretaria relatou que foram solicitados exames laboratoriais assim que a jovem foi internada na unidade, porém não houve tempo hábil para que esses exames fossem realizados devido à rápida piora do quadro clínico. "Ela foi levada ao box de emergência, sendo monitorada e recebendo oxigênio. Por volta de 4h, o quadro apresentou nova piora sendo necessária intubação. Em seguida, evoluiu com parada cardiorrespiratória. Foi realizada reanimação durante 52 minutos, sem sucesso, sendo, então, declarado o óbito", acrescentou a pasta.

A Secretaria também afirmou que, com o teste negativo para a doença, a jovem não entrou na estatística de mortes por coronavírus. "O atestado de óbito consta como suspeita, dentre outras causas, ou comorbidades. O exame PCR para detectar a doença foi realizado e o resultado, negativo, ficou pronto após o óbito."