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Estado de Minas COVID-19

'Estava indo dormir sem saber como ia acordar', alerta Davi Uip, que teve COVID-19

Chefe do Centro de Contingência contra a COVID-19 de São Paulo ficou 14 dias afastado depois que contraiu a doença


postado em 06/04/2020 14:19 / atualizado em 06/04/2020 14:28

O médico deu um depoimento emocionado sobre como sofreu com a doença(foto: Reprodução/ Governo de São Paulo)
O médico deu um depoimento emocionado sobre como sofreu com a doença (foto: Reprodução/ Governo de São Paulo)

David Uip, que chefia o Centro de Contingência contra a COVID-19 criado pelo governo do Estado de São Paulo, voltou ao trabalho nesta segunda-feira e participou da coletiva de imprensa na qual foi anunciada a ampliação da quarentena no Estado. Uip foi infectado pelo novo coronavírus e estava afastado desde  o último dia 23. O médico deu um depoimento emocionado sobre como sofreu com a doença.

"Gostaria de agradecer a Deus estar aqui vivo, à minha família pela solidariedade e ao senhor (João Doria), que não deixou de me ligar um dia, não para perguntar algo sobre o trabalho, mas para saber como eu estava", disse Uip, demonstrando bastante consideração com todos os presentes e concordando com a manutenção da quarentena no Estado de São Paulo.

"Vou dar meu depoimento para mostrar do que se trata essa doença. Há dois domingos, eu me senti muito mal. Estava extenuado, sentado em uma cadeira e, pela primeira vez na vida me neguei a falar com um emissora de televisão. Na segunda de manhã, o teste deu positivo para coronavírus. A semana que se seguiu foi de extremo sofrimento", contou.

Uip explicou que depois, em uma tomografia, foi detectada pneumonia. "Esse sentimento de se ver com uma pneumonia, como médico, foi muito angustiante. Indo dormir sem saber como ia acordar. Mas Deus me ajudou e venci a quarentena. É de extremo sofrimento ficar isolado, mas é absolutamente fundamental. Me reinventei nesse período."

"Meu depoimento é como paciente, não como médico. Meu testemunho é de quem ficou do outro lado. A quem está subestimando, desejo ardentemente que saiba que não é pouco. Quem vai sair vivo é quem estiver sendo atendido em estruturas hospitalares bem equipadas e com equipes médicas bem estruturadas", finalizou Uip.


Doria estende quarentena


Na mesma coletiva, o governador João Doria (PSDB) prorrogou a quarentena em São Paulo para conter o avanço do novo coronavírus por mais 15 dias. Por lá, a quarentena começou no dia 24 de março e teria validade até esta terça-feira, dia 7, mas foi prorrogada até o dia 22 deste mês.

O decreto do Estado de São Paulo determinou o fechamento do comércio e de serviços não essenciais, o que inclui bares, restaurantes e cafés, que só podem funcionar com serviços de delivery. Já os considerados essenciais, como farmácias e supermercados, podem abrir as portas. A medida vale para todos os municípios do Estado.

São Paulo é o Estado com o maior número de mortes e de casos do novo coronavírus no Brasil. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, o Estado tem 275 óbitos, 56% do total do País. O Estado tem 4.620 casos confirmados, 41% dos casos brasileiros.

O balanço mais recente do Ministério da Saúde, do final da tarde deste domingo, indicava que o País tem 486 mortes e 11.130 casos.

Também presente na coletiva, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, afirmou que estudos coordenados por epidemiologistas apontam que houve 56% de redução na mobilidade social do Estado. O ideal, segundo ele, é um percentual acima de 60%.

Antes do anúncio, Doria voltou a pedir que empresários não demitam funcionários neste período. "Um apelo, façam todo o possível para não demitir. Compreendo as restrições deste momento. Mais do que nunca, seus funcionários e colaboradores esperam de vocês que exerçam sua responsabilidade social e seu lado humanitário. O sofrimento é de todos, mas principalmente dos que dependem do salário para sobreviver", disse Doria.

Doações O governador João Doria também anunciou que o governo deverá receber R$ 218 milhões de empresários de São Paulo para o combate à crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Nesta segunda, o Comitê Solidário, grupo formado pelos empreendedores paulistas e membros do governo do Estado, se reuniu virtualmente pela terceira vez.

Segundo Doria, o valor arrecadado será convertido em cestas básicas para atender aos mais pobres. Os produtos que foram arrecadados deverão ser doados também.

O governador disse também que todas as iniciativas do governo e da Prefeitura da capital "são pautadas pela verdade e pela ciência".


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