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Estado de Minas COVID-19

Ministério da Saúde vai manter recomendações mesmo após Bolsonaro questionar distanciamento social

Secretário-executivo da pasta defende a redução da circulação de pessoas e o isolamento de pessoas com sintomas da doença


postado em 27/03/2020 18:39 / atualizado em 27/03/2020 20:53

A coletiva desta sexta-feira não contou com a presença do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta(foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
A coletiva desta sexta-feira não contou com a presença do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, disse, nesta sexta-feira, que a pasta não vai alterar as recomendações dadas aos cidadãos para evitar a proliferação do coronavírus. Mesmo com as críticas públicas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao distanciamento social, João Gabbardo — embora tenha evitado tratar diretamente das declarações do chefe do Executivo — reiterou a importância da restrição à circulação de pessoas. Bolsonaro defende o isolamento apenas aos grupos de risco e às pessoas com sintomas da doença.

“Não vejo nenhum sentido nisso [modificar as recomendações do Ministério]. Não existe essa hipótese. Não faremos nenhuma análise do discurso do presidente, mas as recomendações que estão sendo dadas não modificam em nada as orientações do Ministério da Saúde. Pacientes com sintomas, seus familiares, doentes crônicos e idosos devem ficar em isolamento. Todos nós devemos reduzir a circulação para evitar aglomerações”, afirmou o secretário-executivo.

Campanha polêmica

João Gabbardo, no entanto, se recusou a comentar a polêmica campanha “O Brasil não pode parar”, veiculada pelo governo federal. As peças publicitárias incentivam os cidadãos que estão em quarentena a abandonar o isolamento e retomar a rotina.

O secretário-executivo comparou a situação vivida pelo Brasil a um incêndio. Segundo ele, o papel da pasta é salvar vidas. “Não esperem que o Ministério da Saúde jogue um palito de fósforo, coloque oxigênio ou abane para aumentar o fogo. Queremos tirar as pessoas de dentro da casa”, disse, em tom de irritação.

Cloroquina

A OMS tem recomendado cautela quanto ao uso do medicamento, anunciado, no sábado, por Bolsonaro, como solução para os infectados. Segundo João Gabbardo dos Reis, um estudo feito pela secretaria de Ciência e Tecnologia avaliza a utilização da substância em pacientes graves.

“Não foi por recomendação de ‘A’ ou ‘B’ ou por imposição da OMS. Por uma avaliação técnica feita pelo Ministério da Saúde, encontramos respaldo para a utilização. Boa parte dos nossos hospitais de referência estava usando [a cloroquina] dentro de um protocolo clínico de pesquisa”, explicou.

O secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, fez menção ao alto número de casos de malária ocorridos no país para justificar a experiência brasileira com a cloroquina. “Temos 200 mil casos de malária por ano. Em algumas regiões da Amazônia, as pessoas contraem a doença várias vezes. Estamos acompanhando os resultados e, até mesmo, o padrão da infecção por coronavírus na Amazônia vai ser objeto de estudo, pois lá a cloroquina é utilizada, com regularidade, há muitos anos, pontuou.

Ele, porém, alertou para os riscos do uso indiscriminado do medicamento. “A cloroquina é um medicamento. Ele é indicado em condições específicas e tem contraindicações, podendo ser tóxico a médio e longo prazo ou dependendo da dosagem tomada. Não é um medicamento que deve ser tomado para evitar o coronavírus”, completou.

Testes

Segundo Wanderson Oliveira, o ministério vai anunciar, na próxima semana, uma parceria com um grande laboratório da América Latina para ampliar a escala de exames para a doença. “Precisamos atingir de 30 a 50 mil testes por dia para que as pessoas voltem a trabalhar”, ressaltou.

“É um período passageiro. O tempo vai ser tão curto quanto mais pessoas aderirem às medidas de precaução, como lavar as mãos, evitar aglomerações e fazer o isolamento conforme as orientações clínicas e do Ministério da Saúde”, finalizou.

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Neste sábado, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, vai mostrar, em entrevista coletiva, os cenários traçados pela pasta para as próximas semanas da pandemia em solo brasileiro. Mandetta fará, também, uma análise geral do primeiro mês da doença no país.


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