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Estado de Minas CORONAVíRUS

Vírus em brasileiros têm genoma diferente


postado em 03/03/2020 04:00 / atualizado em 02/03/2020 22:10


Em menos de 48 horas após o registro do segundo caso de brasileiro infectado com coronavírus, uma equipe de pesquisadores brasileiros conseguiu novamente sequenciar o genoma do vírus. São os mesmos cientistas que tinham feito o primeiro sequenciamento, num procedimento que deve virar rotina para a epidemia. E a nova análise mostra que o patógeno do segundo caso é levemente diferente do primeiro. Pela conclusão, o primeiro tinha se assemelhado mais com vírus que haviam sido sequenciados na Alemanha. Já o segundo se aproxima mais de vírus sequenciados na Inglaterra. E ambos são diferentes das sequências chinesas. Nos dois casos, porém, os pacientes foram contaminados na Itália, mas como cientistas italianos ainda não apresentaram os sequenciamentos dos vírus que estão no país, a comparação não pôde ser feita com o material de lá.

De acordo com a pesquisadora Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical da USP, que compõe os esforços de sequenciamento junto com pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz e da Faculdade de Medicina da USP, essas variações confirmam que a transmissão interna entre os países da Europa já está bem estabelecida. “A epidemia já está há algum tempo na Europa e já passa de um país a outro. Mas nesse momento ainda não conseguimos saber se ela foi da China para a Alemanha e a Inglaterra e de lá para a Itália ou se foi para a Itália e de lá foi para a Inglaterra”, por exemplo.

Ela explica que a cada mês que passa o vírus sofre uma mutação e fica com uma espécie de código da região por onde passou, mostrando o seu caminho. “Ainda é arriscado inferir muita coisa com apenas dois genomas, mas o que podemos dizer é que os dois casos não tiveram a mesma fonte de contaminação. Isso é importante para os epidemiologistas rastrearem a dinâmica da doença", explica Claudio Sacchi, do Instituto Adolfo Lutz, que coordena os trabalhos. Ele afirma, no entanto, que os próximos sequenciamentos não devem ser tão rápidos. Para analisar os dois com um tempo tão curto – o primeiro havia sido apresentado na sexta e já no sábado os pesquisadores receberam a segunda amostra –  ele conta que os cientistas quase não dormiram.

O Ministério da Saúde anunciou ontem, que o Instituto Bio-Manguinhos e a Fundação Oswaldo Cruz farão a produção de 30 mil testes para diagnóstico do novo coronavírus. Inicialmente, 10 mil testes serão distribuídos a partir de amanhã, por alguns estados. Na região Norte, será pelo Amazonas, Pará e Roraima; no Nordeste, através da Bahia, Ceará, Pernambuco e Sergipe; No Sudeste, pelo Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais; No Centro-Oeste, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul; e, por fim, no Sul, nos três Estados, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

Os treinamentos serão in loco a partir da chegada dos kits nos laboratórios. Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, os kits devem custar em torno de R$ 100, mas ainda não há como precisar todos os recursos necessários para essa operação, disse. “Vamos calibrar os aparelhos em todos os Estados, capacitar todos os técnicos, e só vamos autorizar quanto estiver no padrão de qualidade. Custos ainda estamos trabalhando com diversos cenários, vai ter que aguardar (para ter definição)”, disse.
 


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