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Estado de Minas CORONAVÍRUS

Casos suspeitos no país disparam

Ministério da Saúde diz que número saltou de 20 para 132, mas pode passar de 300 com notificações que não foram analisadas. Campanha de vacinação da gripe é antecipada


postado em 28/02/2020 04:00 / atualizado em 27/02/2020 22:15

Ao lado do governador de São Paulo, João Dória, o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, anunciou medida para imunizar população contra gripe como forma de facilitar a identificação e o tratamento da nova doença (foto: Governo de São Paulo/Divulgação)
Ao lado do governador de São Paulo, João Dória, o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, anunciou medida para imunizar população contra gripe como forma de facilitar a identificação e o tratamento da nova doença (foto: Governo de São Paulo/Divulgação)
Brasília – O número de casos suspeitos de Coronavírus disparou no Brasil e passou de 20 na quinta-feira para 132 ontem, segundo informou o Ministério da Saúde. Por enquanto, o único caso confirmado é o de um homem de 61 anos, morador de São Paulo que retornou de viagem à região da Lombardia, na Itália, e está em isolamento domiciliar. Ele passa bem, segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo. O secretário-executivo do ministério, João Gabbardo dos Reis, afirma, no entanto, que o número de casos suspeitos deve ser ainda maior, pois há outras 213 notificações em análise. “Esses casos em análise podem ser considerados suspeitos, mas também podem ser descartados. Por isso, acreditamos que esse número pode ser ainda maior. Acho que estamos perto de 300 casos suspeitos”, diz.

Além disso, com a chegada do vírus ao país e o aumento de casos suspeitos, o ministério decidiu antecipar a campanha de vacinação contra a gripe, anunciou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em coletiva de imprensa realizada em São Paulo, ao lado do governador Joõa Dória e a equipe da Secretaria de Saúde de São Paulo. A campanha, inicialmente programada para começar em 13 de abril e se estender até meados de maio, deverá ter início em 23 de março. Embora a gripe seja causada por um vírus diferente (influenza), o objetivo é evitar o aumento de doenças respiratórias e a sobrecarga do sistema de saúde.

Gabbardo explica que a elevação do número de casos continuará nos próximos dias devido à mudança dos critérios de casos suspeitos, que agora abrange mais países. Dos 132 casos já classificados como suspeitos, 130 ainda passam pelos primeiros exames para descartar os vírus mais comuns. Outros dois já passaram por esta fase, na qual foram descartados vírus como Influenza A e B, e agora passam por teste específico para descartar o novo coronavírus.

Neste novo boletim divulgado ontem, nenhum outro caso foi confirmado. O crescimento no número de casos ocorre em paralelo à dispersão dos casos na Europa e como consequência de mudanças no protocolo. “A única alteração dos critérios de casos suspeitos é que agora ampliamos o número de países (agora 16) que o paciente esteve. Antes era só a China”, disse João Gabbardo dos Reis. De acordo com o secretário-executivo da pasta, os técnicos não tiveram tempo para analisar todas as notificações recebidas das secretarias estaduais de saúde. Ele dá como certo que, entre as mais de 200 notificações pendentes, muitas serão classificadas como casos suspeitos.

Pelo país, os casos suspeitos estão distribuídos da seguinte forma: São Paulo (55), Rio Grande do Sul (24), Rio de Janeiro (9), Santa Catarina (8), Paraná (5), Distrito Federal (5), Minas Gerais (5), Ceará (5), Rio Grande do Norte (4), Pernambuco (3), Goiás (3), Mato Grosso do Sul (2), Paraíba (1), Alagoas (1) e Bahia (1). No DF, a Secretaria de Saúde anunciou, na manhã de ontem, cinco casos suspeitos, cujos resultados deveriam sair até o fim do dia. Um deles, porém, já foi descartado pelo hospital particular onde o paciente está internado, o Santa Lúcia da Asa Norte. Mais tarde, o Ministério da Defesa informou de um sexto caso suspeito: o de um militar que está internado no Hospital das Forças Armadas (HFA).

Produtos podem ser apreendidos


O secretário-executivo do Ministério da Saúde disse que a rede pública de saúde tem começado a enfrentar a escassez de itens de segurança e prevenção contra o coronavírus. O ministério tem uma lista de 20 itens e quatro deles estão começando a faltar no Sistema Único de Saúde (SUS). Gabbardo afirmou que, se necessário, usará meios jurídicos para apreender esses produtos para evitar o desabastecimento no mercado interno.

Já está marcada uma reunião entre representantes do ministério e a Associação Brasileira das Indústrias de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (ABIMO). Segundo Gabbardo, a ideia é explicar as necessidades urgentes de uso de máscaras e aventais, por exemplo, e que as empresas precisararão priorizar a venda de tais itens para o ministério, em detrimento de sua exportação.

“Vamos alertar a essa entidade que não vamos contemporizar em relação a isso. Vamos usar todas as medidas que a legislação nos permite. Se for necessário, vamos impedir a exportação desses produtos e se for necessário vamos solicitar a apreensão desses produtos na própria fábrica”, disse. O tipo de compra da qual o secretário fala, no caso das máscaras, é de cerca de 20 milhões de unidades e 4 milhões de máscaras modelo N95.

Segundo Gabbardo, empresas desistiram de uma licitação com o governo e venderam toda sua produção para outros países. “Algumas empresas que participaram da licitação, na hora de encaminhar os documentos para fazer o contrato, não encaminharam os documentos e se mostraram desinteressadas em vender para o Ministério da Saúde. Isso é uma coisa que nos preocupa muito”.

Gabbardo esclareceu que tomará medidas judiciais mais drásticas em último caso, mas acredita em um consenso e falou em “obrigação social” dessas empresas. “Esses fornecedores têm uma obrigação social também. E se ele vende um determinado produto que tem essa utilização, ele sabe que esse produto é fundamental. Temos convicção de que vamos chegar num denominador comum”, disse.
 


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