Jornal Estado de Minas

Ex-miss se defende ao ser criticada por usar cota para entrar em curso de medicina

A ex-miss Acre Hyalina Lins Farias, de 21 anos, realizou o sonho de passar no curso de medicina na Universidade Federal do Acre (UFAC). Apesar disso, a jovem está enfrentando uma polêmica nas redes sociais. Isso porque ela foi uma das estudantes convocadas para a segunda chamada do Sistema de Seleção Unificada (SISU). Ao fazer a matrícula, a modelo escolheu optar pela cota destinada a deficientes e estudantes com renda igual ou menor que um salário mínimo. A convocação aconteceu nesta terça-feira.




Hyalina tem mais de 13 mil seguidores no Instagram e, ao postar sobre sua conquista, recebeu várias mensagens desaprovando a atitude. “O problema é que ela não cumpre os requisitos e tirou a vaga de uma pessoa que cumpre. Ela não tem baixa renda e nem é deficiente”, disse um internauta.

Os internautas questionaram o fato de a modelo ter postado várias fotos em viagens luxuosas e mesmo assim ter entrado na cota de “baixa renda”. Por isso, Hyalina tentou se explicar em vídeo feito nos stories, alegando que teria um problema de visão.

Mesmo assim, a explicação não pareceu conter os comentários. “Ela falou, falou nos stories, e não disse a deficiência. Entrar com esse tipo de cota, mentindo, é muita falta de caráter”, afirma outro internauta. 



20 graus de miopia


A modelo afirma que tem miopia desde os 5 anos. Ela explica que o caso evoluiu tanto que atualmente ela está com 20 graus, sendo também diagnosticada com baixa visão. Para amenizar o problema, a ex-miss conta que usa lentes de contato. Hyalina aparece de óculos em apenas uma publicação no Instagram.

A jovem já é estudante do curso de enfermagem da UFAC. Ela revelou que deve largar o curso para poder “seguir o sonho” e cursar em medicina. Sobre as fotos de viagens e passeios postadas nas redes sociais, ela falou que as despesas são custeadas pelo namorado, que é cirurgião plástico. 

 

Hylina já havia tentado ingressar em 2019 com o mesmo sistema de cotas para o curso de medicina. Ela conta que recebeu “orientação de professores para usar um direito que possuía”. A ex-miss afirma ter visitado três oftalmologistas que emitiram laudo para a baixa visão. Os documentos foram enviados para a UFAC no ato da matrícula.

Revisão

Em nota, a UFAC informou que vai avaliar o caso da estudante. De acordo com a universidade, a publicação dos nomes dos candidatos na segunda chamada não garante a vaga para os cursos da universidade. O texto esclarece que os candidatos precisam passar em duas fases de matrícula para garantir a vaga. 

“Os candidatos que faltarem ou tiverem sua validação indeferida estarão automaticamente eliminados e perderão direito à vaga”, conclui.
 
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.