Jornal Estado de Minas

Ministério da Saúde investiga sete casos suspeitos de coronavírus no Brasil

O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (10/2) um novo balanço dos casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus em investigação no país. De acordo com a pasta, sete pessoas estão em monitoramento por apresentarem sintomas característicos da doença provocada pelo vírus. Todas estiveram na China recentemente, segundo o ministério, mas não passaram por Wuhan, cidade do país epicentro dos números de infectados e mortos pelo coronavírus.



Os casos são investigados em cinco estados diferentes: Minas Gerais (1), Paraná (1), Rio de Janeiro (1), Rio Grande do Sul (1) e São Paulo (3). O Ministério da Saúde não detalhou caso a caso, mas informou que 3 desses pacientes são homens e 4, mulheres. A faixa etária dessas pessoas varia de 3 a 60 anos, sendo que a idade média dos sete é de 30 anos de idade.

Na comparação com o boletim emitido no domingo (9/2), a quantidade de suspeitas reduziu de 11 para sete. Por outro lado, o Ministério da Saúde elevou o número de casos descartados. Antes, eram 28. Agora, são 32. 

A pasta explicou que 25 pacientes que não tiveram o diagnóstico de contaminação por coronavírus confirmado foram classificados com outra infecção no sistema respiratório, sendo sete por vírus Influenza B; seis por vírus Influenza A; cinco por Rhinovírus; dois por Metapneumovírus; dois por vírus Sincicial Respiratório; um por Adenovírus; um por Parainfluenza 1; e um por Picornaviridae. Os sete restantes apenas tiveram a infecção pelo cornavírus descartada — o quadro clínico deles não evoluiu para outra doença.




Vigilância constante

 
Apesar da redução do número de casos suspeitos em investigação, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, evita falar que a situação está sob controle. “Estamos vendo um esforço brutal da China em conter a movimentação de pessoas. No entanto, isso não vai se manter indefinitivamente. Quando todos forem retomando as suas vidas, as pessoas vão voltar a se movimentar. Portanto, precisamos estar preparados, com vigilância, até que se tenha medidas eficazes como vacina ou algo do gênero”, disse em coletiva de imprensa nesta tarde.

Mandetta alerta que é “provável” que o coronavírus chegue ao Brasil. “Vamos ficar alertas até que a gente tenha uma condição de calmaria, que não é o caso atual. Acho possível e provável que esse vírus chegue ao Brasil. Dessa forma, temos de estar muito vigilantes para que, se chegar, possamos organizar o tratamento dessa pessoa e minimizar a transmissão para os eventuais contatos que possam surgir”, destacou.

O ministro informou que na quarta-feira da semana que vem (19/2) está prevista uma reunião em Assunção, no Paraguai, com os ministros da Saúde de todos os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e ainda da Bolívia e do Chile. O encontro foi agendado especificamente para que as nações discutam medidas de prevenção em razão do surto do coronavírus.

“O Brasil tem 17 mil quilômetros de fronteira. Por isso, é muito importante para nós que os países fronteiriços tenham sistemas de vigilância. Na semana passada, fizemos a capacitação técnica de representantes de nove países das Américas do Sul e Central para o diagnóstico laboratorial do novo coronavírus, porque nós os queremos extremamente vigilantes. Precisamos estar todos juntos para poder bloquear novos casos”, frisou Mandetta.