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Estado de Minas

'Gesto deplorável', diz Academia Brasileira de Letras após censura a livros

Academia Brasileira de Letras reagiu ao memorando do governo de Rondônia que censura clássicos da literatura nas escolas do estado


postado em 07/02/2020 18:49

(foto: Divulgação )
(foto: Divulgação )
A Academia Brasileira de Letras (ABL) classificou como "deplorável" o memorando da Secretaria Estadual de Educação de Rondônia que determina o recolhimento de 43 livros considerados "inadequados" a crianças e adolescentes. A lista censura títulos de autores consagrados como Machado de Assis, Mário de Andrade, Nelson Rodrigues e Franz Kafka. 
"Trata-se de gesto  deplorável, que desrespeita a Constituição de 1988, ignora a autonomia da obra de arte e a liberdade de expressão. A ABL não admite o ódio à cultura, o preconceito, o autoritarismo e a autossuficiência que embasam a censura", informou a instituição em nota.

Segundo a ABL, não é possível aceitar a censura de livros no século XXI. "Esse descenso cultural traduz não apenas um  anacronismo primário, mas um sintoma de não pequena gravidade, diante da qual não faltará a ação consciente da cidadania e das autoridades constituídas", pontuou. 

A imagem começou a viralizar na internet na quinta-feira (6/2) e traz ainda uma observação curiosa. "Todos os livros do Rubem Alves devem ser recolhidos". O autor, morto em 2014, tem 27 obras publicadas entre os temas da educação, filosofia e religião. 

A princípio, o secretário de Educação do estado, Suamy Vivencanda, disse que o memorando era falso. No entanto, foi confrontado pela Folha de S. Paulo com imagens do documento dentro do sistema do governo, e mudou o tom do comentário. Disse que não acompanhou os trabalhos da secretaria durante a semana e que as obras não seriam recolhidas. 

Governador de Rondônia

Rondônia é governada pelo coronel Marcos Rocha, do PSL, um dos principais aliados o presidente Jair Bolsonaro na região Norte. Ele já sinalizou que pretende acompanhar o chefe do executivo em sua nova sigla, o Aliança pelo Brasil.

O presidente e seus aliados, especialmente os da ala ideológica, defendem mudanças na educação contra a "doutrinação de esquerda". Em janeiro, Bolsonaro criticou os livros didáticos dizendo que são um "amontoado de muita coisa escrita", e prometeu "suavizar" o conteúdo. 


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