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Estado de Minas CORONAVÍRUS

Cai número de casos

No mesmo dia em que seguiram rumo à China dois aviões para repatriar brasileiros, país reduz para 11 os pacientes sob investigação, internados no RS, SP, Rio e em SC


postado em 06/02/2020 04:00 / atualizado em 05/02/2020 21:54

FAB enviou aeronaves para resgatar, inicialmente, 34 pessoas: elas chegam a Anápolis no sábado, com quarentena de 18 dias (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
FAB enviou aeronaves para resgatar, inicialmente, 34 pessoas: elas chegam a Anápolis no sábado, com quarentena de 18 dias (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O número de casos suspeitos de contaminação pelo coronavírus no Brasil caiu para 11, indica boletim divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, no mesmo dia em que seguiram para a China dois VC-2, modelo Embraer 190, que vão repatriar 34 brasileiros isolados em Wuhan. Foram equipes de médicas e tripulação de 11 militares. Na terça-feira, eram 13 infecções em investigação. De acordo com a pasta, cinco casos foram descartados, mas houve três novos registros (um pelo Rio Grande do Sul e dois por São Paulo). Anteriormente, análises laboratoriais descartaram dois em Minas Gerais, totalizando 21 nessa situação no país.

No balanço atual, portanto, quatro estados estão no cômputo geral: Rio Grande do Sul (5), São Paulo (4), Santa Catarina (1) e Rio de Janeiro (1). Desses, seis apresentaram painel viral negativo para os principais vírus causadores de doenças respiratórias e cinco ainda esperam que o resultado seja processado em laboratórios. De acordo com as autoridades de saúde, a maioria dos pacientes com diagnóstico não confirmado tinha, na verdade, o vírus da gripe (influenza). Na terça-feira, o Brasil elevou o nível da emergência sanitária.

Do plano de repatriação, o número de brasileiros pode ser superior aos 34 inicialmente previstos. Após inspeções e exames feitos por autoridades chinesas no próprio aeroporto, só serão liberados para embarque de volta os que não apresentarem sintomas de infecção. As aeronaves chegarão amanhã à China, com perspectiva de retorno imediato, indicou o secretário de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno.

O desembarque na base aérea de Anápolis-GO ocorrerá no sábado. "Todas as pessoas que vão embarcar estão sadias, não há nenhuma evidência do vírus", afirmou Damasceno. O Ministério da Saúde já havia estabelecido quarentena de 18 dias no local. Até a manhã de ontem, entre os candidatos à repatriação havia sete crianças e quatro casais. "Temos uma disponibilidade passada para o Ministério das Relações Exteriores e eles vão definir quem são esses passageiros", completou o militar.

Como os resgatados podem apresentar evolução nos sintomas durante o voo de volta, as equipes médicas militares foram treinadas pelo Instituto de Medicina Aeroespacial para realizar uma evacuação e instalar um equipamento "bolha", isolando o paciente. No retorno, os médicos usarão máscaras com especificação a bordo para evitar infecção.

Grupos divididos


Em cada avião da Força Aérea Brasileira (FAB) irão tripulantes e sete médicos, sendo seis militares e um infectologista especialista em epidemias do Ministério da Saúde. Os 34 passageiros serão divididos entre as duas aeronaves, para minimizar riscos de infecção. Os médicos também devem se revezar a cada três horas no contato com os passageiros a bordo.

O Brasil foi um dos países que mais tempo levaram para decidir pelo repatriamento de seus cidadãos da China. Boa parte das nações europeias, Japão e os Estados Unidos já haviam retirado seus cidadãos das áreas afetadas desde o mês passado. O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, atribuiu a demora à falta de uma aeronave adequada para fazer o resgate.

Bebê diagnosticado com a doença

Uma mulher diagnosticada com o novo coronavírus em Wuhan, cidade da China que se tornou o epicentro do surto, teve um bebê com a doença. O caso indica a possibilidade de o recém-nascido ter sido contaminado ainda no útero da mãe ou durante o parto. De acordo com a emissora estatal CCTV, a criança apresenta sinais vitais estáveis.

Esse é o registro de paciente mais jovem diagnosticado com a infecção. Na segunda-feira, a agência de notícias Xinhua informou que outro bebê, filho de mãe infectada, nasceu no país, mas sem indícios da doença. A China já havia confirmado até ontem ao menos 490 mortes pelo novo coronavírus e mais de 24 mil pessoas infectadas.

Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que duas novas mortes por coronavírus elevaram o número de óbitos para 492. Entre elas, apenas uma foi fora da China, nas Filipinas. Em atualização diária sobre a epidemia, a entidade revelou que foram registrados 3.925 novos casos de coronavírus entre terça-feira e ontem, elevando o número total para 24.554 infectados no mundo – 24.363 deles em território chinês. Entre os infectados na China, 3.219 são considerados severos.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesu, confirmou que esse é o maior pico da doença num único dia desde o início do surto. A entidade ainda disse que não há comprovação de remédios eficientes, neste momento, para combater o vírus.

Confinamento 


Na China, onde as medidas de confinamento se intensificam, várias cidades da província de Zhejiang (Leste), a várias centenas de quilômetros de Wuhan, decretaram novas restrições a deslocamentos. Em Hangzhou, metrópole tecnológica e turística, 150 quilômetros a Sudoeste de Xangai, que registrou 200 casos, interrupções de ruas impediam a circulação até a sede da gigante do comércio on-line Alibaba, e a cidade só autoriza a saída de uma pessoa por residência a cada dois dias para se abastecer.

Com uma população de nove milhões de pessoas, registrou 141 casos confirmados. As margens do Lago Oeste, uma das principais atrações turísticas locais, estavam desertas. Poucos táxis circulavam nas ruas fantasmagóricas. Em áreas isoladas, os moradores saíam com máscaras para recuperar a comida transportada pelos entregadores, diante dos olhos atentos dos voluntários locais. Caixas de suprimentos se amontoavam nas calçadas.

Enquanto isso...

...Economia sente


Os efeitos do surto têm provocado grande impacto também na economia. A China compra mais de dois terços da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados. As importações chinesas de petróleo passaram de cerca de 11 milhões de barris por dia para 8 milhões entre o início e o final de janeiro. Ao mesmo tempo, gigantes da aviação, como a Airbus, interromperam sua linha de montagem da aeronave A320 na cidade de Tianjin, perto de Pequim. Ela ficará fechada por tempo indeterminado em razão dessa crise.
 


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