(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CHUVAS INTENSAS

Mais duas mortes no Espírito Santo

Duas crianças morreram ontem em decorrência dos temporais que atingem o estado. Pelo menos nove pessoas perderam a vida


postado em 26/01/2020 04:00

 Cidades no Sul do estado foram castigadas e várias ficaram alagadas. Há cerca de 3,8 mil desalojados e 149 desabrigados na região (foto: Governo do Espírito Santo/Divulgação)
Cidades no Sul do estado foram castigadas e várias ficaram alagadas. Há cerca de 3,8 mil desalojados e 149 desabrigados na região (foto: Governo do Espírito Santo/Divulgação)

As chuvas que castigam o Espírito Santo nas últimas semanas já provocaram a morte de pelo menos 9 pessoas. Duas crianças morreram soterradas na madrugada de ontem no estado. Assim, segundo o mais recente relatório divulgado pela Defesa Civil, subiu para nove o número de mortos no estado em decorrência das fortes chuvas que atingem a região. Lucas Almeida Zucon, de 11 anos, morreu enquanto dormia no quarto da sua casa, na cidade de Conceição do Castelo. O local foi atingido pela enxurrada de água e lama. Os pais estavam no quarto ao lado. Quando acordaram, o menino já estava sem vida.
 
“A família estava dormindo e só percebeu hoje (ontem) de manhã. Eles não ouviram nenhum barulho e, quando foram ver a criança, ela já estava em óbito”, disse o prefeito de Conceição do Castelo, Christiano Spadetto (MDB). Outro garoto morreu soterrado em Iúna, na região do Caparaó, após o desabamento de uma residência. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a ocorrência foi na localidade do Córrego dos Pilões. O menino, de 10 anos, era portador de deficiência. Os bombeiros e a Defesa Civil foram acionados, mas o acesso ao local dificultou o socorro.
 
Ainda na cidade, no distrito de Perdição, policiais tiveram ajuda da população durante resgate de várias pessoas em uma rua que se transformou em rio. Em um vídeo, é possível ver moradores quase sendo levados pela enxurrada. Ao todo, 12 cidades do Sul do Espírito Santo estão em alerta. Há previsão de chuva forte de até 60 milímetros em várias regiões. O governo informou que o número de desalojados passou para 3,8 mil; e os desabrigados já somam 149. Voluntários, além de vários órgãos municipais e estaduais, estão ajudando na limpeza das regiões atingidas pela chuva e também com doações.
 
Desde sexta-feira, o Espírito Santo sofre as consequências do temporal, que levou quatro cidades a decretar estado de calamidade pública. Na sexta-feira, voltou a chover forte em algumas regiões e novos municípios foram prejudicados por alagamentos e deslizamentos. “Várias ocorrências de deslizamentos de terra, alagamento em órgãos públicos, hospitais, terminais rodoviários. Realmente, a situação é grave no extremo Sul do estado”, informou o Corpo de Bombeiros. Até o momento, não há desaparecidos.
 
Há diversos pontos de interdição parcial e total em estradas e rodovias que cortam o estado, o que dificulta a operação de resgate e a comunicação das equipes, em alguns casos. Os habitantes fora de casa e os desabrigados se concentram nos municípios de Iconha, Alfredo Chaves, Vargem Alta, Anchieta, Rio Novo do Sul, São Roque do Canaã, Irupi, Mimoso do Sul, Iúna, Apiacá e Conceição do Castelo. Os maiores volumes de chuva nas últimas 24 horas foram registrados nos municípios de Irupi (170mm), Muniz Freire (152mm), Iúna (137mm) e Venda Nova do Imigrante (129mm).
O Sul do Espírito Santo foi atingido por uma forte chuva na noite de 17 de janeiro. Por conta do volume de água, o nível de rios subiram, o que agravou os alagamentos. Em Cachoeiro de Itapemirim, no distrito de Conduru, várias famílias ficaram ilhadas e só conseguiram deixar as casas com ajuda dos bombeiros. Um morador, com um bote, ajudou outras pessoas.
 
Em Iconha, cidade mais castigada pelo temporal, uma enxurrada tomou conta das ruas, destruindo casas, pontes e deixando um rastro de lama e destruição. No município, quatro pessoas morreram e uma continua desaparecida. Além de Iconha, outros três municípios também ficaram em situação crítica e decretaram situação de calamidade pública: Vargem Alta, Alfredo Chaves e Rio Novo do Sul. Cerca de 40 militares do Exército Brasileiro estão com uma base em Iconha e auxiliam os trabalhos do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil na região. Um mutirão de limpeza foi convocado pelo governador, Renato Casagrande, para ontem.
 

Alagamentos no Norte do Rio


A chuva forte deixou sete cidades do Norte e Noroeste do Rio inundadas de sexta-feira para ontem após transbordamento de três rios na região. Há, pelo menos, 1 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas. As cidades afetadas são Bom Jesus do Itabapoana, Italva, Itaperuna, Porciúncula, Laje do Muriaé, Natividade e Cardoso Moreira. As chuvas intensas em Minas Gerais e Espírito Santo contribuíram para a elevação do nível dos rios nos municípios do RJ. Só em Bom Jesus do Itabapoana, onde houve o transbordamento do Rio Itabapoana, já havia o registro de cerca de 300 desabrigados ou desalojados na sexta-feira (24), segundo a prefeitura. Na manhã de ontem, o número de pessoas atingidas subiu para 500.
 
Equipes da Defesa Civil estiveram no Bairro Santa Rosa e interditaram a Rua Vereador Waldir Mota de Carvalho. Houve um trabalho de conscientização dos moradores sobre os riscos de permanecerem no local, que está com solo bastante saturado. Cerca de 22 famílias foram cadastradas e serão encaminhadas para um abrigo municipal. De acordo com a Defesa Civil, a situação no local é classificada como crítica. Em Porciúncula, 300 pessoas também tiveram que deixar suas casas. O Rio Carangola está dois metros acima da cota. 80% da cidade está alagada.
 
Em Cardoso Moreira, a cheia afetou 30 famílias e deixou a Defesa Civil em alerta máximo. A prefeitura orienta aos moradores que procurem pelos pontos de apoio, que são a Casa da Cultura (antiga Estação Ferroviária) e a Clínica da Família, no Conjunto Habitacional São José. Na cidade, às 12h de ontem, o nível do Rio Muriaé era de 8,81 metros – 81cm acima da cota de transbordo. O rio sobe 5cm por hora, segundo o órgão.
 
Em Italva, a Defesa Civil afirma que 16 famílias foram afetadas pela enchente e orienta que moradores de áreas ribeirinhas e mais baixas busquem local seguro, já que o Rio Muriaé deve continuar subindo até hoje. O rio transbordou na madrugada. O nível está 75cm acima da cota.  Em Laje do Muriaé, 59 pessoas estão fora de suas casas e o Rio Muriaé ainda sobe na cidade. A Guarda Municipal orienta que moradores de outras regiões evitem entrar no município e pede que os motoristas não se arrisquem passando por áreas alagadas pelo transbordamento do rio.
 
SEm Itaperuna, também havia vários pontos inundados ontem. Na sexta (24), a prefeitura informou que foram registrados pelo menos 10 deslizamentos de terra entre a quinta e a sexta-feira, o que deixou duas famílias desalojadas. A Defesa Civil faz um novo levantamento do número de pessoas atingidas na cidade. “Itaperuna normalmente quase todo ano sofre com essas cheias. E, em 2019, a nossa cidade passou por uma grande obra que não foi concluída e causou vários transtornos no comércio e no trânsito da cidade. E essa obra foi feita justamente para acabar com os problemas”, relatou um morador. “Moro aqui há 23 anos. Tem 23 anos que a gente vê essa situação e a gente não tem a quem recorrer, né, porque a água é Deus quem manda, mas está difícil”, desabafou uma moradora.




receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)