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Estado de Minas

OAB de Roraima compara presídio com 'campo de concentração nazista'

Além da superlotação, os presos estão sendo vítimas de uma doença misteriosa originária de bactéria que está desfigurando o corpo deles


postado em 22/01/2020 10:33 / atualizado em 22/01/2020 10:45

(foto: Ascom/OABRR)
(foto: Ascom/OABRR)
Após realizar vistoria, nessa terça-feira (21), na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Roraima, Ednaldo Vidal, comparou o local e a situação dos presidiários de “campos de concentração nazista da Segunda Guerra Mundial”. Além da superlotação, os presos estão sendo vítimas de uma doença misteriosa originária de bactéria que está desfigurando o corpo deles.
 
Em nota, a Comissão de Direitos Humanos do Conselho Seccional (CDH) da OAB informou que visitou a penitenciária para verificar as condições dos detentos diante da gravidade do estado de saúde dos 24 que estão internados no Hospital Geral de Roraima (HGR). O presidente da Comissão, Hélio Abozaglo, constatou a superlotação nos locais onde detentos saudáveis dividem o mesmo espaço outros acometidos de várias doenças.
Há presos com tuberculose, diabetes, acometidos de escabiose e outras doenças. “O cheiro fétido é insuportável e o risco de contágio não é somente para os detentos, mas também para os agentes prisionais que arriscam a saúde lidando diariamente com os 2.076 custodiados”, afirma a OAB. “Com muita dificuldade, dois detentos mostraram aos advogados as hérnias desenvolvidas na parte genital, reclamaram de dores e pediram por atendimento médico”, prossegue.

Ainda segundo a Ordem, as alas com cerca de 300 homens têm capacidade para apenas 70. “Onde muitos dormem (quando dormem) sentados, no chão ou no vaso sanitário, enquanto outros se apertam e se revezam nos cubículos que as celas se tornaram”, diz. A superlotação é um dos motivos que levou o Ministério Público a pedir interdição do presídio.

Na segunda-feira (20), Vidal reenviou relatórios da CDH do ano de 2019 e enviou os de 2020 para conhecimento e providências ao Ministério da Justiça; à Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da OAB; também ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do Governo Federal; à Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, à Procuradoria Geral da República e ao Conselho Nacional de Justiça.

E, nessa terça-feira (21), reiterou ao Governo do Estado de Roraima, à Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), à presidência do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR); à Corregedoria Geral do TJRR; à Vara de Execuções Penais e ao Ministério Público Estadual (MPRR). 

Doença misteriosa

Uma doença misteriosa originária de uma bactéria está desfigurando o corpo de detentos da PAMC. O caso foi denunciado, na segunda-feira (20/1), ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ministério Público Federal (MPF) e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). 24 presos estão internados com os sintomas, alguns apresentam paralisia nas pernas e a pele em decomposição. Segundo os relatos, os detentos ficaram doentes no início do mês, após consumirem a água do presídio.


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