A Polícia Civil apreendeu uma adolescente, na quarta-feira, 16, no centro da capital paulista. A jovem era a segunda investigada por praticar assaltos e agredir uma estudante de 14 anos, na região de Higienópolis. Ela já tinha sido identificada e estava com uma medida de internação provisória decretada.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a menor se apresentou no 4º DP (Consolação) acompanhada de sua mãe, onde foi reconhecida por uma vítima e encaminhada à Fundação Casa.
Por volta das 13h do dia 3 de outubro, uma estudante de 14 anos, que preferiu não ser identificada, voltava do colégio quando foi agredida por duas adolescentes na Avenida Higienópolis, entre a Rua Itacolomi e a Avenida Angélica, na região central da capital paulista, durante uma tentativa de assalto. Uma das autoras foi apreendida na tarde de terça-feira, 15, pela Polícia Civil.
Segundo a investigação, a jovem é suspeita de praticar furtos na região de Higienópolis. A menor teve o pedido de internação provisória acatado pelo juiz da 1ª Vara Especial da Infância e Juventude de São Paulo e foi encaminhada para a Fundação Casa.
Agressão
O susto mudou a rotina de toda a família, que passou a se revezar para buscar a jovem na escola, a pedido dela mesma. "Neste ano, minha filha começou a voltar sozinha da escola.
A adolescente foi abordada por uma menina morena que a pegou por um dos braços e a pressionou contra a parede. "Disse que era um assalto e que deveria dar o celular. Quando minha filha respondeu que estava sem, ela não acreditou. Neste momento, a outra menina (loira) deu a volta e disse que minha filha deveria ir com elas.
Ela acredita que a situação só não saiu do controle porque duas pessoas que passavam pelo local socorreram a adolescente. "Quando chegou em casa, foi um susto. Ela estava muito machucada, ficou com vários galos na cabeça. Fora o emocional. Esperei ela se acalmar e fomos até o 4º DP fazer o boletim de ocorrência". No mesmo dia, elas foram ao Instituto Médico Legal (IML) fazer o exame de corpo de delito.
Duas semanas depois, a adolescente ainda está abalada.
No vídeo registrado pelas câmeras de segurança de um condomínio da região é possível ver as duas adolescentes abordando a estudante. Após rápida conversa, começam as agressões. Pessoas que passavam pelo local tentaram impedir o ato de violência.
Segundo a mãe da vítima, ao entregar as imagens, o zelador do prédio disse que pretendia ir à polícia porque não era a primeira vez que as duas meninas praticavam crimes na região e apareciam nas filmagens. Ela e a filha, no entanto, nunca tinham visto as meninas antes. "Encaminhei as imagens à delegacia. Soube que uma das adolescentes já tem passagem pela polícia. A gente precisa fazer boletim de ocorrência para não deixar ninguém impune".
"Há dois meses, houve surto de assaltos, mas o policiamento ajudou a diminuir", disse Francisco Machado, presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) da região de Higienópolis e Santa Cecília. De acordo com ele, a ronda a pé e o policiamento a cavalo ajudaram a reduzir a criminalidade.
Para Fábio Fortes, ex-presidente do Conseg da região de Higienópolis e Santa Cecília, a comunidade integrada inibe ocorrências policiais. "Hoje a principal ferramenta para combater a insegurança pública tem sido os grupos de WhatsApp, criados pelo programa Vizinhança Solidária da Polícia Militar (PM), que está integrando comércio, síndicos e moradores", avaliou.
Estatísticas
Segundo a SSP, entre janeiro e agosto deste ano, o 4º DP (Consolação) registrou 1.800 roubos, aumento de 25 casos em relação aos 1.775 casos registrados nos oito primeiros meses do ano passado. Com relação aos furtos, foram 4.652 no mesmo período. O número representa queda de 5% em relação aos meses de janeiro a agosto de 2018, quando foram feitas 4.897 notificações..