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Estado de Minas VAZAMENTO DE ÓLEO

Recolhidas 133 toneladas

Petrobras mobilizou mais de 650 profissionais para minimizar o impacto dos resíduos contaminados que invadiram praias em 9 estados. Bolsonaro tem suspeita, mas se cala


postado em 09/10/2019 04:00

Segundo o presidente da Petrobras, em 23 amostras dos resíduos analisadas, nenhuma mostrou óleo da estatal (foto: Adema/Governo de Sergipe)
Segundo o presidente da Petrobras, em 23 amostras dos resíduos analisadas, nenhuma mostrou óleo da estatal (foto: Adema/Governo de Sergipe)

A Petrobras já recolheu, até segunda-feira, 133 toneladas de resíduos contaminados pela mancha de óleo de origem indeterminada que atinge diversas praias do Nordeste. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o material oleoso é petróleo cru que, desde o dia 2 de setembro, se espalhou por nove estados nordestinos (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe).

Ontem, ao participar de uma audiência pública realizada pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que análises laboratoriais confirmaram que a substância não provém da produção da estatal petrolífera. “Nossos laboratórios analisaram 23 amostras e, em nenhuma delas, pode-se afirmar tratar-se de óleo produzido ou comercializado pela Petrobras”, disse Castello Branco, acrescentando que, a pedido do Ibama, a empresa estatal mobilizou 655 profissionais e também equipamentos para tentar minimizar o impacto ambiental.

Colaboram nos trabalhos agentes comunitários e moradores de áreas afetadas contratados pela petrolífera para auxiliar na limpeza das praias – atividade que desenvolvem mediante treinamento realizado pela empresa. “Até agora, é um fenômeno muito estranho. Não há sinais de que esteja retrocedendo. É um desastre realmente muito preocupante para todos nós”, acrescentou o presidente da Petrobras, pouco antes de declarar que o respeito ao meio ambiente está entre os valores fundamentais da empresa.

“Temos um grande foco na segurança de nossas operações. Pequenos deslizes na segurança das operações podem gerar perdas bilionárias e colocar em risco a própria sobrevivência de uma empresa”, comentou Castello Branco, referindo-se ao exemplo de empresas que, além de multas e processos milionários, tiveram a imagem prejudicadas por causa de desastres ambientais.

'Nosso papel é agir rápido, como tem sido feito, para tirar aquilo que está em solo, mas também aprofundar a investigação para descobrir a origem' - Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente (foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 6/6/19)
'Nosso papel é agir rápido, como tem sido feito, para tirar aquilo que está em solo, mas também aprofundar a investigação para descobrir a origem' - Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente (foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 6/6/19)

A presença de óleo no mar e em algumas praias nordestinas começou a ser denunciada no dia 2 de setembro. Assim que surgiram as primeiras notícias sobre o aparecimento de manchas de óleo nas praias, a Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para apurar a origem da substância. Ainda não há certeza sobre a origem da substância. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro disse que o problema pode ter sido causado por um vazamento em um navio cuja origem ele ainda não podia apontar.

Ontem, Bolsonaro disse que o óleo pode ter sido despejado “criminosamente” em águas territoriais brasileiras. “É um volume que não está sendo constante. Se fosse de um navio que tivesse afundado ainda estaria saindo óleo. Parece que, criminosamente, algo foi despejado lá”, disse o presidente ao deixar o Palácio da Alvorada, após reunião com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que comentou o volume de material já recolhido pela Petrobras.

Reservado


Questionado se esse país seria a Venezuela, o presidente disse que o assunto é “reservado”. “Não posso acusar um país. Vai que não é aquele país. Eu não posso criar um problema com outro país. É reservado”, repetiu. Sobre o volume de óleo, Bolsonaro disse que não está sendo constante. “Se fosse de um navio, estaria saindo. Parece que, criminosamente, algo foi despejado lá”, disse.

Segundo o ministro Ricardo Salles, trata-se de um trabalho intenso que está sendo feito desde o começo de setembro para minimizar o impacto do vazamnto. “Esse fluxo de óleo foi para a costa, a maré trouxe de volta para o mar. Depois voltou para a costa novamente, trouxe de costa e tocou na costa novamente. Nosso papel é agir rápido, como tem sido feito, para tirar aquilo que está em solo, mas também, aprofundar a investigação para descobrir a origem. Isso está sendo feito sobre as ordens do presidente para a gente responder tecnicamente”, afirmou Salles. (Com agência Brasil)

França põe barreiras a acordo


Depois de 20 anos de negociação, o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), finalmente firmado no fim de junho, corre o risco de ruir em meio à falta de diplomacia do governo brasileiro na área ambiental. A França, uma das maiores economias da Europa, está impondo barreiras para a concretização do tratado por considerar que o Brasil não está respeitando o Acordo de Paris sobre o clima.

“Não podemos assinar o acordo de comércio com um país que não respeita a floresta amazônica, que não respeita o Acordo de Paris. A França não vai assinar o acordo com o Mercosul nessas condições”, afirmou a ministra do Meio Ambiente do governo Emmanuel Macron, Élisabeth Borne, em entrevista ao canal de tevê BFM.

Em setembro, o Parlamento da Áustria votou contra o acordo de livre-comércio entre os blocos europeu e  sul-americano, integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A imagem do país tem sido bastante afetada em meio às queimadas na Amazônia e às ofensas do presidente Jair Bolsonaro ao presidente Emmanuel Macron, e à chanceler alemã, Angela Merkel. Em nota, o Ministério das Releções Exteriorer (MRE) informou não haver “registro de oposição formal ao acordo Mercosul – UE, a não ser declarações informais de alguns funcionários de governos europeus”.
 
 



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