
Foi o que aconteceu com Maria Aparecida de Freitas, de 66 anos. Depois de várias idas e vindas de Belo Horizonte, onde mora, a Miami, em 9 de maio deste ano, o serviço de imigração norte-americano barrou a entrada dela no país.
Maria foi interrogada na temida "salinha" do aeroporto de Miami acreditando que o pior resultado seria sua deportação para o Brasil. Mas o pior estava por vir. Ela foi levada para o Centro de Detenção Federal (FDC) de Miami, onde ficou presa por 32 dias. Maria ficaria poucos dias no país. Estava de passagem para visitar uma filha que mora no Canadá.
De acordo com o documento do interrogatório feito pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA, Maria Aparecida foi acusada de ter dado falsa declaração para obter o visto, pois, ao responder o questionário, ela omitiu a permanência no país de fevereiro de 2008 a maio de 2010, ou seja, mais de um ano e meio além do permitido.
Outras duas audiências foram realizadas e, em 29 de maio, o Supremo Tribunal dos EUA considerou a brasileira culpada e o tempo em que ela passou detida suficiente para a pena. A partir daquela data, Maria já poderia ser deportada pelo serviço de imigração, o que, no entanto, só ocorreu 12 dias depois. Em relato ao Estado de Minas, a brasileira conta detalhes do que viveu e viu no FDC.
Maria tem quatro filhos e três netos. “Passei frio na cela e a comida não era nada saudável para uma idosa”, lembra. Foi apenas no domingo, 12 de maio, Dia das Mães, que a brasileira foi transferida para outro setor do FDC, onde dividiu espaço com outras detentas. Foi nesse dia que ela conseguiu contar para a família que estava presa.