Os 28,3 mil moradores de Guararema (SP) tiveram uma manhã de caos, nesta quinta-feira, 4, após o ataque de uma quadrilha que explodiu bancos, fez reféns e teve ao menos dez integrantes mortos em confronto com a Polícia Militar.
O vigilante Henrique Gouveia seguia de bicicleta pela Rua Álvaro Campagnoli quando ouviu o barulho de uma explosão, por volta das 3h da madrugada. "Foi tudo em sequência, como em um filme. Depois das explosões teve um monte de tiro, depois o barulho de sirenes, mais tiros e muito barulho. Eu vi que havia movimento no calçadão perto do Santander e imaginei que fosse assalto."
Gouveia se protegeu, mas viu dois carros entrarem "com tudo" na rua sem saída. "Vários bandidos desceram e foram para cima de um rapaz que trabalha de porteiro e o levaram para o mato. Depois eu soube que ele foi libertado."
O padeiro Antonio Daniel, que trabalha na panificadora Flor, chegava de Jacareí, cidade onde mora, por volta das 5h, e viu um cenário de horror. "Um monte de viatura, ambulância, gente correndo. As ruas estavam bloqueadas, tive que dar volta, mas deu para ver o Banco do Brasil estourado."
Na cidade, algumas escolas não iniciaram as aulas no horário normal.
Às 9h30, várias ruas do centro, entre elas a Rangel Junior, onde fica o Banco do Brasil, e a Major Paula Lopes, onde fica o calçadão e o Santander, estavam interditadas.
Em ao menos seis pontos, os criminosos lançaram "miguelitos", pregos retorcidos para furar os pneus dos veículos em caso de perseguição. Uma viatura da PM teve os pneus furados.
Parte do comércio continuava fechada por volta das 10h. Algumas lojas anunciaram que só iriam abrir à tarde. A estrada de acesso à Pedra Montada, ponto turístico da cidade, também estava fechada. Foi ali que os policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) encontraram os criminosos em fuga. Só nesse local, sete suspeitos foram mortos.