A velhice pode ser mais saudável e feliz ao lado de um animal de estimação. É o que comprova uma nova pesquisa sobre o envelhecimento feita pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e divulgada nesta quarta-feira, 3. O levantamento revelou que 90% dos idosos que têm cães, gatos e pássaros dizem que o animal os ajuda a aproveitar a vida e se sentir amados. Além disso, 80% garantem que os bichos reduzem o estresse.
Para a pesquisa, os especialistas ouviram 2 mil pessoas com idades entre 50 e 80 anos - 55% dos quais tinham um animal de estimação. Cachorros foram os pets mais comuns entre os entrevistados, seguidos de gatos e outros pequenos animais, como aves e hamsters. Independentemente do animal, a grande maioria dos proprietários afirma que eles ajudam também na saúde física e mental.
Quase 80% dos donos de cachorros garantem que o animal os ajudam a serem fisicamente ativos - porque demandam cuidados diários e, muitas vezes, passeios - , além de lhes dar um propósito na vida.
Mais de 60% das pessoas que têm um bicho dizem que eles ajudam a lidar com problemas como depressão, isolamento social e solidão.
Os benefícios dessa convivência foram uma surpresa para Francisco Palmisciano, o Franzi, de 80 anos.
Franzi logo se acostumou à gata e não deixou a filha levá-la embora. Quatro meses depois, encontrou outra gata - a Pequena - embaixo de um carro e a levou imediatamente para casa. Franzi diz que se sente menos sozinho e bem disposto.
"Antes eu chegava aqui e não tinha nada, ninguém. Agora, tem as gatinhas, então quando eu chego em casa procuro logo onde elas estão", ele conta. "Você fica mais ativo, sim, é muito bom. Quem não gosta de animal nenhum fica meio vazio, eu acho."
Ciência
A percepção dos idosos encontra respaldo na ciência.
"A pessoa tende a conhecer outras pessoas, cria vínculos com outros donos de animais", afirma a veterinária Carolina Rocha, especialista em terapia assistida com animais pela Universidade de São Paulo (USP). "Isso mantém a pessoa mais ativa, participativa, menos sozinha, menos deprimida."
O levantamento mostra, no entanto, alguns aspectos negativos do convívio: dificuldades de viajar ou mesmo deixar a casa (54%) e gastos financeiros (18%). Um porcentual menor (6%) relatou quedas ou machucados, além de alergias.
A professora de veterinária Juliana Almeida, da Universidade Federal Fluminense (UFF), lista mais um: é bom ficar atento para os cuidados que um companheiro tão especial merece, como alimentação apropriada e cuidados veterinários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo..