Milhares de adolescente de 1.769 cidades em 112 países decidiram não ir à escola ontem. Isso para seguir o exemplo de uma jovem sueca de 16 anos e fazer uma greve escolar para pedir ações dos governantes contra as mudanças climáticas.
Trata-se do ápice de um movimento solitário que Greta Thunberg deu início em uma sexta-feira em agosto do ano passado. Ela decidiu faltar à aula. Munida com o cartaz "em greve escolar pelo clima" e panfletos com fatos científicos sobre as mudanças climáticas, resolveu solitariamente seguir para a frente do Parlamento sueco, em Estocolmo, onde se sentou em um protesto silencioso.
Greta estava indignada com a inação de governantes para conter o aquecimento do planeta e decidiu que tinha de fazer alguma coisa. A garota, que se define em seu perfil do Twitter como uma ativista climática com Asperger (um quadro leve de autismo com alto desempenho intelectual), começou a fazer isso todas as sextas-feiras.
Em pouco tempo após a primeira greve, Greta passou a ser acompanhada por outros suecos. Logo, jovens de outros países começaram a imitá-la. Os atos - alguns com dezenas de milhares de pessoas - ganharam o nome de Fridays for Future. Algumas semanas depois, ela já fazia um discurso na marcha pelo clima.
E em janeiro, discursou no Fórum Econômico Mundial, em Davos. "Os adultos continuam dizendo: 'Devemos dar aos jovens esperança'. Mas eu não quero sua esperança. Eu não quero que você seja esperançoso. Eu quero que você entre em pânico. Eu quero que você sinta o medo que sinto todos os dias. E então eu quero que você aja."
Sua figura magrinha, diminuta, séria, serena e decidida acabou se espalhando e influenciando pessoas com mais força e rapidez do que qualquer outra tentativa anterior de manifestação ambientalista.