Imagens divulgadas na noite deste domingo, 10, pela TV Globo mostram o momento em que cinco policiais cercam e ao menos um deles agride um folião durante um bloco de pós-carnaval neste sábado, 9, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo. A vítima, o publicitário Guilherme Kieras, de 29 anos, ficou ferido e relatou em redes sociais que foi perseguido e levado para uma rua afastada, onde foi agredido até com cassetetes.
A gravação mostra cinco policiais segurando o homem e o colocando entre viaturas estacionadas. Ao menos um soco parte do policial e o restante da cena não é possível visualizar. Kieras disse que tudo começou quando, em razão da chuva, tentou se abrigar na mesma marquise em que estavam os policiais, na Avenida Marquês de São Vicente. Ele foi impedido, segundo conta, e se dirigiu a uma árvore próxima.
Nisso um policial começou a gritar dizendo que ali também não podíamos ficar, eu questionei porque não havia motivo aparente para não poder, fomos em seguida perseguidos por 4 a 5 PMs que nos batiam com cassetetes, chegando a me perseguir na rua, me levar a força para uma rua afastada, onde levei socos, chutes e fui desacordado por uma mata-leão", relatou. "A última coisa que lembro antes de perder a consciência foi de pedir para não morrer, e segundos após acordar, me recordo de pedir pra ir embora. Fui chutado para a rua, onde, sangrando muito pela boca e rosto, saí em busca de ajuda", completou.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, a Secretaria da Segurança Pública confirmou o afastamento dos envolvidos "até a conclusão das investigações".
"Fazemos um escândalo e lutamos com fogo nos olhos. O afastamento dos policiais é apenas o início. Todas as medidas legais estão sendo tomadas. Vamos lutar em nome de todos os que sofrem com isso diariamente e não têm voz!", acrescentou o publicitário em nova postagem.
Na semana passada, a reportagem mostrou que policiais militares usaram bombas e balas de borracha contra foliões no mesmo bairro, deixando ao menos três pessoas feridas. As vítimas relataram que o bloco do qual participavam já tinha se dispersado e poucas pessoas permaneciam nas ruas da região quando foram surpreendidas pela ação, que classificaram como truculenta.