O advogado de João de Deus, Alberto Zacharias Toron, apresentou à Justiça um pedido para que a prisão preventiva de seu cliente não seja concedida. Em uma audiência com o juiz Fernando Chacha, nessa quinta-feira, 13, sugeriu ainda que, se mantida a liberdade, seu cliente estaria disposto a fazer atendimentos espirituais escoltado por policiais ou, ainda, permitir que as sessões sejam gravadas.
De acordo com Toron, não há prazo para que o juiz decida sobre a prisão. "Apresentei argumentos para que o juiz negasse a prisão", completou. "Ele tem 76 anos e uma larga folha de serviços prestados. É necessário ter cuidado para que não seja submetido a um linchamento público antecipado."
Toron chegou a Abadiânia na quarta-feira, dia 12. Encontrou-se com o médium e fez visita na quinta à Casa Dom Inácio de Loyola. "Ele está muito abatido, triste e inconformado com a situação."
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João de Deus exerce liderança em AbadiâniaDefesa pede escolta para João de Deus fazer atendimentos espirituais Advogado de João de Deus pede que pedido de prisão não seja concedidoEm quatro dias, mais de 300 vítimas denunciam João de DeusVítimas de abuso criam rede de apoio a mulheres que denunciaram João de DeusO médium passou o dia acompanhado dos filhos, no sítio de um amigo, nas proximidades de Abadiânia. O religioso é acusado de abuso sexual por mulheres que buscaram atendimento no local.
Dados
Para o Ministério Público, a semelhança nos depoimentos reforça as suspeitas. Até o momento, foram recebidas 330 denúncias em 11 Estados - 18 em São Paulo, já enviadas em vídeo para Goiás. O pedido de prisão foi protocolado no Fórum de Abadiânia. Para o MP, em liberdade, haveria o risco de João de Deus coagir testemunhas e fazer mais vítimas.
Há denúncias relativas a supostos abusos ocorridos desde 1980 até outubro deste ano. Em um desses, uma mulher disse ter procurado a casa depois de passar por tratamento de câncer de mama.
Ela só se sentiu encorajada a denunciar nesta semana.
Protesto
Desde que as primeiras denúncias de abuso vieram à tona, no programa Conversa com Bial, o movimento na Casa Dom Inácio de Loyola caiu em dois terços e o clima é de tristeza. Vestidos de branco e empunhando cartazes à mão, comerciantes de Abadiânia e funcionários da Casa Dom Inácio de Loyola fizeram um protesto nesta quinta-feira, em homenagem ao líder espiritual. O ato, de cerca de 20 minutos, começou a ser organizado logo de manhã, quando voluntários percorreram a cidade, batendo de porta em porta.
Os cartazes diziam "Espalhe Amor" e "Paz". "Com humildade, vamos mostrar para a mídia", disse uma funcionária da Dom Inácio. Entre as integrantes do movimento estava Divina Luzia, que trabalha em uma pousada. "Se o movimento se reduzir, o que será?", indagava, destacando que várias reservas já foram desmarcadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo..