O Corpo de Bombeiros informou que os corpos do piloto e do copiloto foram retirados de dentro da aeronave que caiu nesta sexta-feira, 30, na zona norte da capital paulista. As vítimas são Guilherme Murback e Leonardo Yamamura.
A mãe de um deles passou mal ao chegar ao local do acidente e foi socorrida por uma ambulância.
O avião de pequeno porte caiu na tarde desta sexta-feira na Avenida Antônio Nascimento Moura, próximo ao aeroporto do Campo de Marte.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, pelo menos duas pessoas morreram (o piloto e o copiloto) e 12 ficaram feridas. A aeronave atingiu uma casa e danificou pelo menos outras duas.
A aeronave havia acabado de decolar do Campo de Marte às 15h55, com destino a Jundiaí, no interior paulista, quando caiu.
Entre os feridos, sete eram pedestres que passavam pelo local do acidente e cinco, pessoas que estavam dentro das casas atingidas pela aeronave. Nenhum dos feridos corre risco de morrer e o foco do incêndio está controlado.
O motorista de aplicativo Selmo Eugênio da Silva, de 44 anos, levava um passageiro da Barra Funda, na zona oeste, até Santana, na zona norte, no momento da queda.
Segundo Silva, o carro estava parado no farol quando foi atingido. "Pensei que um carro tinha batido atrás. O passageiro saiu, passando por cima de mim. Tentei sair e não conseguia. Apertei o botão do cinto, daí saí de dentro (do carro)."
Silva queimou parte do braço e foi atendido no local. Agora, está preocupado com o passageiro que, segundo ele, "se queimou bastante".
A aeronave caiu perto de um posto de gasolina, assustando funcionários. "Vi ele passando bem baixinho e, depois, teve a explosão. Deu um barulho alto, saiu fumaça preta na hora, ficou um cheiro de fumaça", disse o frentista Francimar Tomé da Silva, de 47 anos. "Teve correria para ver, para tirar fotos. Tinha pessoa gritando, dizendo corre, corre, para sair fora, gritando pra sair."
O arquiteto Vainer Ragusa, de 50 anos, passava pela Brás Leme, após sair de uma consulta médica, quando viu a queda. "Estava no farol da Brás Leme, no sentido Santana. Vi que o avião levantou voo e perdeu potência, começou a baixar e caiu entre a rua e uma casa", conta.
Segundo Ragusa, a aeronave atingiu carros.
A estudante de moda Victória Piccinn, de 19 anos, saía do edifício de 10 andares em que mora quando o avião caiu. "Passou raspando na Torre A do Campo de Marte. Estava no celular com um amigo e falei nossa, quase arrancou um pedaço do prédio'. Passou fazendo tanto barulho que achei que fosse um daqueles da caças que fazem show."
Segundo ela, houve um clarão após a queda e o avião era branco e azul. "Quando passamos aqui, já tinha muito fogo", disse Victória.
Uma testemunha que trabalha em uma empresa localizada na Avenida Brás Leme, a duas quadras do acidente, também viu o momento da queda. "Vi que o avião subiu do aeroporto, fez um rasante nas árvores e caiu em uma rua bem em frente (da empresa onde trabalha), atrás de um posto de gasolina."
Segundo o economista Carneiro Filho, logo após a queda, houve uma explosão. "Explodiu, deu bastante estrondo e uma labareda bem alta."
De acordo com o Corpo de Bombeiros, dez viaturas foram deslocadas para o local onde caiu a aeronave.
Aeroporto do Campo de Marte
O Campo de Marte, que opera com aviação geral, com voos executivos e escola de pilotagem, registrou diversos acidentes com aeronaves e helicópteros. Especialista em prevenção de acidentes, Luiz Alberto Bohrer, diz que o aeroporto tem condições regulares e está dentro das normas e regras de segurança para pousos e decolagens.
"O aeroporto não é perigoso, mas há um risco maior para as casas que ficam no seu entorno.
Segundo ele, a aviação comercial têm, em geral, maior fiscalização do que a aviação geral. "As exigências e a fiscalização são menores e isso dá margem para que o nível de risco se eleve. O proprietário de um avião pequeno é o responsável pela manutenção da aeronave e pela contratação de pilotos experientes e que respeitem as regras de treinamento.".