Na movimentada Rua dos Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, com restaurantes e bares lado a lado, o dia amanheceu nesta segunda-feira, 5, com pinturas amarelas no asfalto. Isso despertou a curiosidade de pedestres e motoristas. No trecho entre as ruas Cônego Eugênio Leite e Joaquim Antunes, um projeto de extensão da calçada vai ocupar o espaço equivalente a 20 vagas de estacionamento da Zona Azul - ou 790 metros - durante 35 dias. O modelo é inspirado em experiências de cidades como Buenos Aires, Nova York e Cidade do México.
O engenheiro Alberto Amorim, de 56 anos, que caminha por ali diariamente de casa até a estação do metrô, foi pedir informações a uma agente de trânsito da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET): "E agora, onde os carros vão encostar para fazer o embarque e desembarque de passageiros? Precisava disso durante a semana, se somente aos fins de semana é que as calçadas ficam cheias?".
Em caráter experimental, a intervenção ocupa o trecho da Rua dos Pinheiros até o dia 10 de dezembro. Se for bem recebida, pode ser estendida por mais 30 dias.
Nas esquinas, uma pintura alarga as calçadas em amarelo chapado.
Nesta segunda-feira, a segurança era a principal preocupação da aposentada Nívea Seabra, de 64 anos, carioca que mora temporariamente na região com o filho e a nora. "O fluxo de carros aqui é grande. Vamos ver se os motoristas vão respeitar. A ideia é boa. Vai ficar até bonito com as floreiras", diz.
Moradora da região, a antropóloga Aline Carvalho, de 34 anos, aprovou a ideia. "É uma forma de fazer o pedestre mudar a relação com a rua. Vamos ver se as pessoas vão perceber que é uma extensão da calçada. As pessoas não estão percebendo ainda", afirma.
Origem
A ideia surgiu a partir do Festival Pinheiros, que fecha ruas do bairro aos domingos para atrações culturais e é realizado sob o comando do comércio do bairro. Há cerca de 6 meses, o Coletivo Pinheiros, que reúne comerciantes da região, fez quatro reuniões com a Prefeitura, a CET e a Iniciativa Bloomberg Para a Segurança no Trânsito em São Paulo, parceira do projeto. O grupo também mobilizou o patrocínio da 99, empresa que banca o mobiliário e as floreiras.
"O espaço é de convivência, não de consumo. O cliente pode pegar alguma coisa no estabelecimento, sentar ali e consumir. Mas não servimos.
No trecho da intervenção, a CET reduziu a velocidade máxima para 40 km/h e nesta segunda agentes de trânsito estavam no local dando orientações a pedestres e motoristas. A velocidade máxima no restante da Rua de Pinheiros é de 50 km/h, considerada "inadequada" pela coordenadora de desenho urbano da Iniciativa Bloomberg Para a Segurança no Trânsito em São Paulo, Hannah Machado. A especialista recomenda 30 km/h. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo..