A diretora de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, Fátima Marinho, defendeu nesta quinta-feira, 20, a adoção de políticas que restrinjam o acesso a pesticidas e raticidas no País como forma de se prevenir casos de suicídio. Entre as medidas sugeridas, está a proibição da venda desses produtos em pequenas embalagens. "Apresentações maiores são mais caras. E o preço maior pode ajudar a coibir pessoas a comprar o produto e deixar em casa", afirma Fátima.
De acordo com ela, técnicos da pasta iniciaram um estudo sobre os reflexos à saúde pública provocados por agrotóxicos. As análises vão embasar medidas de prevenção. "Os números começam a indicar que agrotóxicos aumentam não apenas o risco de suicídio, mas de casos de aborto e malformações", disse.
O levantamento divulgado nesta quinta mostra que mais da metade (57,6%) das tentativas de suicídio no País foram por meio de intoxicações, como envenenamento ou abusos de substâncias. "Já conseguimos reduzir de forma muito significativa o uso de medicamentos nas tentativas de suicídio. Agora é a vez de agirmos com pesticidas e venenos", completou.
Além de ser a principal causa de tentativa de suicídios, a intoxicação exógena responde por 18% das mortes.