O aposentado Paulo Pires de Oliveira Camargo, de 79 anos, sofreu os efeitos da hidrocefalia de pressão normal (HPN), doença que atinge apenas pessoas com mais de 65 anos e é pouco conhecida da população e até de alguns médicos. A demora no diagnóstico é comum, pois sintomas são parecidos com outras alterações causadas por doenças como Parkinson e Alzheimer.
"Foi no final de 2014 que começaram os sintomas. Primeiro eu andava bem devagarzinho. A impressão, quando levantava, era de que eu ia cair. Os primeiros médicos falaram que era labirintite. Alguns colocavam na conta da diabete: diziam que eram sintomas de neuropatia diabética".
"Fui piorando e passei a usar bengala. Na sequência, fui para a cadeira de rodas. Fiquei mais de dois anos assim.
"Continuei indo nos médicos. Foram mais de 15. Fiz uma pancada de exames, mas ninguém me dava um diagnóstico preciso.
"Minha geriatra, então, botou gás para eu procurar o doutor Fernando (Gomes Pinto, neurocirurgião). Foi ele que me falou da hidrocefalia (de pressão normal) e do tratamento por meio da colocação da válvula".
"Me internei no dia 13 de julho de 2017. Lembro que dois dias depois da cirurgia era meu aniversário, e foi como se tivesse surgido uma nova pessoa.
"Agora, voltou tudo ao normal. Eu vou daqui para Peruíbe sem precisar usar fralda, voltei a dirigir, tenho personal trainer três vezes por semana, faço compras, levo o cachorro no veterinário - tudo sou eu", finalizou..