O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência vai propor a Michel Temer a prorrogação do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em Roraima, que expira na quarta-feira, 12. A ideia é que a manutenção das Forças Armadas se estenda por mais 15 dias, mas o período total não está determinado.
"O GSI entende que as circunstâncias atuais sugerem que se prorrogue", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o ministro Sérgio Etchegoyen. Ele usou como justificativa para a necessidade de permanência do Exército - atuando na fronteira, em estradas de Roraima e na proteção aos abrigos - os conflitos que voltaram a acontecer no feriado prolongado e levaram à morte de duas pessoas. Segundo ele, a medida visa a "dar mais garantia de segurança à população".
A ideia de prorrogação surgiu depois de a tensão ter aumentado na quinta-feira, quando um venezuelano e um brasileiro foram mortos. O venezuelano foi assassinado a pedradas e pauladas, depois de matar um brasileiro com uma facada. O caso aconteceu após um suposto furto no bairro Jardim Floresta.
Exemplo
E a tensão continua.
"Ouvimos os disparos e ficamos desesperados. Corremos para o abrigo do Exército para pedir ajuda. Não é mais seguro ficar nas ruas de Boa Vista e não temos para onde ir. Muitos voltaram para a Venezuela para passar fome, mas quero achar uma forma de sobreviver com minha família no Brasil."
O jovem, que é pedreiro e caminha mais de seis horas por dia em busca de emprego, disse que, em Roraima, ninguém mais quer empregar venezuelanos e espera ansioso a interiorização - o envio a outros Estados. "Entrou muita gente ruim pela fronteira, muito bandido, e os brasileiros têm medo, assim como nós, venezuelanos."
A informação dos venezuelanos sobre o ataque foi confirmada pela Diocese de Roraima, que explicou que cerca de 300 imigrantes que viviam em um acampamento improvisado sofreram um atentado.
O ataque aos imigrantes, no entanto, não foi confirmado pela Polícia Militar. Em nota oficial, a Operação Acolhida do Exército só confirmou que os imigrantes entraram correndo no abrigo Jardim Floresta e que mais de 200 foram retirados das ruas por estarem em situação de risco. Logo após o ataque, 88 venezuelanos embarcaram em um ônibus para Pacaraima, na fronteira. De lá, seguiriam até Santa Helena. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo..